Objetivos: estabelecer uma lista das doenças que provocaram óbito materno por ordem de freqüência. Métodos: no ano de 1996 foram registrados 65.406 óbitos no Município de São Paulo, sendo que 26.778 foram mulheres. Destas, 4.591 se encontravam na faixa entre 10 e 49 anos. Realizamos uma análise deste último grupo, tendo por crivo o campo "Causa da Morte" da Declaração de Óbito, onde tentamos estabelecer alguma correlação entre a patologia ali descrita e o ciclo gravídico-puerperal. Separamos para um estudo mais aprofundado 293 Declarações de Óbito, das quais selecionamos, após pesquisa hospitalar e/ou visita domiciliar, um total de 119 casos positivos para morte materna. Os casos positivos para morte materna foram então tabulados, agrupados e analisados por idade e patologia, utilizando-se os grandes grupos de assistência. Resultados: dos 119 casos positivos para morte materna não havia referência ao estado gravídico-puerperal em 53 deles, ou seja, 40,54% de subnotificação. Os casos foram agrupados por patologia, sendo que encontramos um predomínio de casos de eclâmpsia/pré-eclâmpsia (18,02%), seguidos pelos casos decorrentes de complicações hemorrágicas de terceiro trimestre e puerpério (12,61%), complicações de aborto (12,61%), infecção puerperal (9,91%) e cardiopatias (9,91%). Conclusões: pela primeira vez estamos divulgando o Coeficiente de Mortalidade Materna Tardio para o Município de São Paulo, que foi de 51,33/100.000 nascidos vivos. Utilizamos para divulgação oficial, porém, o Coeficiente de Mortalidade Materna para óbitos até 42 dias de puerpério, que para o Município de São Paulo foi de 48,03/100.000 nascidos vivos. Lembramos que a este valor não se deve aplicar nenhum fator de correção, tendo em vista termos feito uma busca ativa de casos.
Purpose: to establish a list of diseases promoting maternal death according to frequency. Methods: In 1996, 65,406 deaths were recorded in the City of São Paulo, 26,778 of which were of women. Of these, 4591 were within the 10-49 year age bracket. We analyzed the latter group, regarding at the field "Cause of Death" in the Death Certificate, trying to establish some correlation between the described pathology, and the pregnancy-puerperium cycle. We separated for a further study 293 Death Certificates, from which we selected, after hospital survey and/or home visits, a total of 119 positive cases for maternal death. The positive cases for maternal death were then tabulated, grouped and analyzed according to age and pathology, using the great medical care groups. Results: as regards the 119 positive cases for maternal death, we did not find any reference to the pregnancy-puerperium state in 53 of them (that is, 40.54% subnotifying). The cases were grouped according to pathology, where we found a predominance of eclampsia/pre-eclampsia cases (18.02%), followed by cases resulting from hemorrhagic complications in the third quarter and puerperium (12.61%), abortion complications (12.61%), puerperal infection (9.91%) and cardiopathies (9.91%). Conclusions: for the first time, we are publishing the Late Maternal Mortality Coefficient for the City of São Paulo, which was 51.33/100,000 born alive. However, we used for the official publication the Maternal Mortality Coefficient for death within up to 42 days of puerperium, which was, 48.03/100,000 born alive for the city of São Paulo. We should bear in mind that no correction factor should be applied to these figures since we have made an active search of cases.