RESUMO O objetivo desta pesquisa foi investigar, a partir da história laboral de portadores da doença de Parkinson acompanhados no ambulatório de neurologia de um hospital universitário, a ocorrência e as condições da exposição a agrotóxicos, bem como a percepção da relação da exposição com o adoecimento. Trata-se de estudo exploratório e descritivo, com abordagem quantitativa e qualitativa, realizado no Hospital Universitário do Oeste do Paraná, em Cascavel, Paraná, Brasil. Foram entrevistados 32 sujeitos, o usuário ou familiares, com doença de Parkinson, por meio de entrevista telefônica a partir de roteiro semiestruturado. Desses, 16 (50%) eram homens; a maioria idosos aposentados (87,48%), com baixa escolaridade (53,13%); 25 (78,11%) trabalharam na agricultura, residindo na área rural de 11 anos a 30 anos; 24 (74,98%) afirmaram ter tido contato com agrotóxicos de forma direta ou indireta; a forma mais citada de aplicação dos agrotóxicos foi com pulverizador costal; a maioria (75%) não utilizou equipamentos de proteção individual e aprendeu a manipular os agrotóxicos com familiares. Conclui-se que um número expressivo de indivíduos com doença de Parkinson teve alguma atividade laboral na agricultura durante a vida, muitos deles com contato direto com agrotóxicos, seja no preparo e aplicação ou mesmo na lavagem das roupas.
ABSTRACT The objective of this research was to investigate, from the work history of patients with Parkinson’s disease, followed at the neurology outpatient clinic of a university hospital, the occurrence and conditions of exposure to pesticides, as well as the perception of the relationship between exposure and illness. This is an exploratory and descriptive study with a quantitative and qualitative approach, carried out at the Hospital Universitário do Oeste do Paraná, in Cascavel, Paraná, Brazil. Thirty-two subjects, the user or family members, with Parkinson’s disease were interviewed by telephone interview using a semi-structured script. Of these, 16 (50%) were men; most of them retired elderly (87.48%), with low education (53.13%); 25 (78.11%) worked in agriculture, living in rural areas from 11 to 30 years old; 24 (74.98%) stated that they had direct or indirect contact with pesticides; the most cited form of pesticide application was with costal spray; Most (75%) did not use personal protective equipment and learned to handle pesticides with family members. It is concluded that a significant number of individuals with Parkinson’s disease had some labor activity in agriculture during life, many of them with direct contact with pesticides, either in the preparation and application or even in the washing of clothes.