OBJETIVO: Analisar a influência de dissecções coronarianas não complicadas na incidência de revascularização do vaso alvo e eventos cardiovasculares maiores, em um ano. MÉTODO: Pacientes tratados de junho/1996 a dezembro/2000, sendo os dados coletados, prospectivamente, e comparadas dissecções não complicadas (G1, n=36) às sem dissecções (G2, n=871). Os dados foram analisados com programa estatístico SPSS 8,0, os desfechos comparados com curvas de Kaplan-Meier e o nível de significância avaliado pelo teste do log rank. RESULTADOS: As características clínicas foram semelhantes nos dois grupos: O G1 apresentou diâmetro de referência médio menor (p<0,0001), mais pacientes com lesões tipo C (p=0,01), menores diâmetros luminais ao final do procedimento (p=0,003) e maiores relações balão/artéria (p<0,0001). Por análise multivariada, somente diâmetro de referência e relação balão-artéria foram independentemente associados à presença de dissecções residuais. Não houve diferença estatisticamente significativa nas incidências de revascularização do vaso alvo e eventos cardiovasculares maiores, no seguimento clínico em um ano, entre os grupos de pacientes com ou sem dissecções. Os preditores de eventos clínicos adversos em um ano foram diâmetro de referência, extensão da lesão e estenose residual, mas não a presença de dissecção residual. CONCLUSÃO: Dissecções residuais não complicadas após o implante de "stents" coronarianos estão associadas a artérias de menor calibre e maiores relações balão/artéria, mas não com piores desfechos no seguimento clínico em um ano.
OBJECTIVE: To assess the influence of uncomplicated coronary dissections in the incidence of target vessel revascularization and cardiovascular events after 1 year. METHODS: Patients treated from June 1996 to December 2000, with data prospectively collected and uncomplicated dissections (G1, n=36), were compared with those patients without dissections (G2, n=871). Data were assessed with SPSS 8.0 statistical software, the outcomes were compared with the Kaplan-Meier curve, and the significance level was assessed using the log-rank test. RESULTS: Clinical features were similar in both groups: G1 had lower mean reference diameters (P<0.0001), a greater number of patients with type C lesions (P=0.01), a lower final lumen diameter at the end of the procedure (P=0.003), and a greater balloon/artery ratio (P<0.0001). In the multivariate analysis, only the reference diameter and the artery/balloon ratio were independently associated with the presence of residual dissections. No statistically significant difference existed in the incidence of revascularization of the target vessel and major cardiovascular events, at 1-year clinical follow-up, between the 2 groups of patients. Predictors of adverse clinical events at 1 year were the reference diameter, lesion extension, and residual stenosis, rather than the presence of residual dissection. CONCLUSION: Uncomplicated residual dissections after coronary stents are associated with narrower vessels and a higher balloon/artery ratio. Residual dissections are not associated with worse outcomes at 1-year clinical follow-up.