Introdução: A anemia é um problema frequente nos recém-nascidos (RN) pré-termo e a transfusão de concentrado eritrocitário (CE) é o tratamento mais rápido e eficaz. Objetivos: Verificar se a política transfusional da unidade de Neonatologia esteve de acordo com os Consensos Nacionais de Anemia da Prematuridade de 2004 e avaliar a morbilidade dos RN transfundidos e não transfundidos. Material e Métodos: Estudo retrospetivo de RN com peso à nascença (PN) ≤1500g e/ou idade gestacional (IG) ≤32 semanas (janeiro 2010-dezembro 2013). Os RN foram agrupados de acordo com a realização de CE durante o internamento (grupo transfundido vs não transfundido). As variáveis demográficas foram: idade gestacional (IG), PN, género e índice de Apgar <7 ao 1º e 5º minuto. A comorbilidade incluiu displasia broncopulmonar (DBP), sépsis, persistência canal arterial (PCA), enterocolite necrosante, hemorragia peri-intraventricular (HPIV), leucomalácia periventricular (LPV) e retinopatia da prematuridade. Resultados: Foram incluídos 160 doentes: 88 realizaram pelo menos uma transfusão e 72 não realizaram transfusões. O grupo transfundido tinha menor IG e PN e maior duração de internamento. As transfusões de CE foram realizadas com valores médios de hemoglobina superiores nas situações de ventilação invasiva e menor idade pós-menstrual. A prevalência de DBP, sépsis, PCA, HPIV e LPV foi estatisticamente maior no grupo transfundido. Discussão e Conclusão: O tratamento da anemia nos pre- maturos de menor IG e PN associou-se a maior número de transfusões de CE. Os critérios transfusionais aplicados estiveram de acordo com os consensos nacionais de Neonatologia de 2004. O grupo transfundido teve maior prevalência de comorbilidade.
Introduction: Anemia is a common problem in preterm infants; red blood cell (RBC) transfusion is the most quick and efficient treatment. The aim of this study was the evaluation of the 2004 National Neonatal Guidelines application in the neonatal intensive care unit and the evaluation of morbidity of transfused or non-transfused preterm. Materials and Methods: Retrospective chart review of preterm infants with birth weight (BW) ≤1500 g and/or gestational age (GA) ≤32 weeks admitted in NICU between January 2010 and December 2013. Patients were divided into two groups according to RBC transfusions (transfusion group and non-transfusion group). BW, GA, gender and Apgar score <7 at 1st and 5th minutes were analyzed. Morbidity indicators included bronchopulmonary dysplasia (BPD), sépsis, persistence of ductus arteriosus (PDA), necrotizing enterocolitis, peri-intraventricular hemorrhage (PIVH), periventricular leukomalacia (PVL) and retinopathy of prematurity. Results: 160 infants were enrolled in the study: 88 in the transfusion group and 72 in the non-transfusion group. In the transfusion group, GA and BW were lower and length of stay in hospital was higher. RBC transfusions were prescribed for higher haemoglobin levels in neonates in invasive ventilation and with less days of life. BPD, sépsis, PDA, PVL and PIVH were more common in the transfusion group. Discussion and Conclusion: RBC transfusions were more frequently used in preterm infants with lower GA and BW. Transfusion criteria applied were consistent with National Neonatal Guidelines in 2004. The transfused preterm infants had higher morbidity.