O objetivo do trabalho foi identificar os pontos de corte dos marcadores inflamatórios que melhor discriminassem a ocorrência da síndrome metabólica entre idosos residentes na comunidade. Foram utilizados os dados da linha de base da coorte de idosos conduzida na cidade de Bambuí, Minas Gerais, Brasil. A exposição de interesse foi a presença da síndrome metabólica, definida pelo critério Adult Treatment Panel III, e os desfechos incluíram os seguintes marcadores inflamatórios: citocinas (IL-1β, IL-6, IL-10, IL-12 e TNF), quimiocinas (CXCL8, CXCL9, CCL2, CXCL10 e CCL5) e proteína C-reativa (PCR). A definição dos pontos de corte dos marcadores inflamatórios foi baseada no método Classification and Regression Tree (CART). As associações entre esses marcadores e a síndrome metabólica foram estimadas por modelos de regressão logística, obtendo-se odds ratio e intervalos de 95% de confiança (IC95%), considerando o ajustamento por fatores de confusão. A prevalência da síndrome metabólica foi de 49,1%, e os níveis de IL-1β, IL-12 e TNF não se mostraram associados a essa exposição. Após ajustamento, a presença da síndrome metabólica foi associada a maiores valores de IL-6 e PCR e a menores valores de CXCL8 e CCL5. Associações significativas ainda foram observadas com níveis séricos intermediários de CXCL9 e CXCL10. Além disso, a combinação dos marcadores apresentou associação significativa e consistente com a síndrome metabólica. Além de demonstrar associação entre síndrome metabólica e uma ampla gama de biomarcadores, alguns ainda não descritos na literatura, os resultados ressaltam que essa associação ocorre em níveis muito inferiores aos já demonstrados, sugerindo que a síndrome metabólica desempenha importante papel no perfil inflamatório dos idosos.
The study aimed to identify the cutoff points for inflammatory markers that best discriminate the occurrence of metabolic syndrome in community-dwelling older adults. Baseline data were used from the elderly cohort in the city of Bambuí, Minas Gerais State, Brazil. The target exposure was presence of metabolic syndrome, defined according to the Adult Treatment Panel III criterion, and the outcomes included the following inflammatory markers: cytokines (IL-1β, IL-6, IL-10, IL-12 e TNF), chemokines (CXCL8, CXCL9, CCL2, CXCL10, and CCL5), and C-reactive protein (CRP). Definition of the cutoff points for the inflammatory markers was based on the Classification and Regression Tree (CART) method. The associations between these markers and metabolic syndrome were estimated by logistic regression models, obtaining odds ratios and 95% confidence intervals, considering adjustment for confounding factors. Prevalence of metabolic syndrome was 49.1%, and IL-1β, IL-12, and TNF levels were not associated statistically with this exposure. After adjustment, presence of metabolic syndrome was associated with higher IL-6 and CRP levels and lower CXCL8 and CCL5. Significant associations were also observed with intermediate serum CXCL9 and CXCL10 levels. The combination of markers also showed a significant and consistent association with metabolic syndrome. In addition to demonstrating an association between metabolic syndrome and a wide range of biomarkers (some not previously described in the literature), the results highlight that this association occurs at much lower levels than previously demonstrated, suggesting that metabolic syndrome plays an important role in the inflammatory profile of the older adults.
El objetivo del trabajo fue identificar los puntos de corte de los marcadores inflamatorios que mejor discriminaran la ocurrencia del síndrome metabólico entre ancianos residentes en comunidades. Se utilizaron datos de referencia de una cohorte de ancianos, realizada en la ciudad de Bambuí, Minas Gerais, Brasil. La exposición de interés fue la presencia del síndrome metabólico, definida por el criterio Adult Treatment Panel III, y los desenlaces incluyeron los siguientes marcadores inflamatorios: citocinas (IL-1β, IL-6, IL-10, IL-12 e TNF), quimiocinas (CXCL8, CXCL9, CCL2, CXCL10 y CCL5) y proteína C-reactiva (PCR). La definición de los puntos de corte de los marcadores inflamatorios se basó en el método Classification and Regression Tree (CART). Las asociaciones entre esos marcadores y el síndrome metabólico se estimaron mediante modelos de regresión logística, obteniéndose odds ratio e intervalos con 95% de confianza, considerando el ajuste por factores de confusión. La prevalencia del síndrome metabólico fue de 49,1%, y los niveles de IL-1β, IL12 y TNF no se mostraron asociados a esa exposición. Tras el ajuste, la presencia del síndrome metabólico se asoció a mayores valores de IL-6 y PCR y a menores valores de CXCL8 y CCL5. Las asociaciones significativas se observaron incluso con niveles séricos intermedios de CXCL9 y CXCL10. Asimismo, la combinación de los marcadores presentó una asociación significativa y consistente con el síndrome metabólico. Además de demostrar asociación entre el síndrome metabólico y una amplia gama de biomarcadores, algunos todavía no descritos en la literatura, los resultados resaltan que esa asociación ocurre en niveles muy inferiores a los ya demostrados, sugiriendo que el síndrome metabólico desempeña un importante papel en el perfil inflamatorio de los ancianos.