As precárias condições de trabalho das trabalhadoras domésticas são um fenômeno bem conhecido. No entanto, nas ultimas décadas registra-se várias iniciativas, nacional e internacionalmente, para equiparar os direitos deste grupo com os outros trabalhadores. Neste contexto, existe um renovado interesse na produção acadêmica sobre o setor. No entanto, a questão da segmentação da força de trabalho e suas implicações do impacto destas iniciativas têm sido ainda pouco estudadas. Neste sentido, uma das variáveis mais significativas deste grupo refere-se a modalidades de inclusão diferencial na ocupação - principalmente relacionado às horas trabalhadas - envolvendo situações desiguais em termos de experiências profissionais e acesso aos direitos de trabalho. Neste artigo propomos contribuir para esta linha de investigação com base numa primeira classificação do universo destas trabalhadoras em dois grupos: aquelas que trabalham só algumas horas por semana sob a modalidade de pagamento "por horas" e o resto das trabalhadoras sob a forma de pagamento mensal. Combinando dados quantitativos e qualitativos, examina- se em primeiro lugar, sobre as motivações ou restrições que levam as trabalhadoras para cada tipo de inclusão. Logo, estudam-se as diferentes maneiras em que cada subgrupo concebe e gerencia a relação com os empregadores, bem como suas percepções e a apropriação dos direitos de trabalho.
Domestic workers’ precarious labor conditions are a well-known fact. Nonetheless, for more than one decade, a series of national and international initiatives have been directed to equalize this sector’s labor conditions with those of general salaried workers. In this context, a renewed academic interest on this occupation has taken place. However, the topic of the segmentation of this labor force, which has important consequences on policies directed to the sector, has not been thoroughly analyzed yet. In this sense, one of the most important variables to consider this labor force’s segmentation is the type of insertion in the occupation - defined here in terms of the weekly amount of hours labored per week. The type of insertion implies very different situations in terms of access to labor rights and the kind of occupational experiences in the workplace. In this article, we aim to contribute to this line of enquiry, based on a first classification of these workers: those who labor a few hours a week, and are usually paid on hourly basis and those who present more extended schedules and receive monthly payments. By combining quantitative and qualitative data we aim to explore, on one hand, the motivations and/or restrictions which lead workers to each kind of insertion. On the other hand, we study the ways in which these different labor insertions impact on domestic workers’ relationship with employers as well as on their perception and appropriation of labor rights.
Las condiciones laborales precarias de las trabajadoras domésticas constituyen un fenómeno conocido. Sin embargo, desde hace más de una década se registran diferentes iniciativas, tanto a nivel nacional como internacional, tendientes a equiparar los derechos laborales de este colectivo con los de los demás asalariados. En este contexto se registra un renovado interés en materia de producción académica sobre el sector. No obstante, el tema de la segmentación de esta fuerza laboral, y sus implicancias en el impacto de estas iniciativas, ha sido todavía poco estudiado. En este sentido, una de las variables más significativas a la hora de considerar la segmentación de este colectivo se vincula con las modalidades de inserción diferenciales en la ocupación - fundamentalmente relacionadas con la dedicación horaria- que implican situaciones disímiles en términos de las experiencias ocupacionales y el acceso a derechos laborales. En este artículo nos proponemos contribuir a esta línea de indagación en base a una primera clasificación del universo de estas trabajadoras en dos subgrupos: aquéllas que se insertan pocas horas semanales bajo la modalidad de pago “por horas” y el resto de las trabajadoras, que se desempeña por jornadas extendidas bajo la modalidad de pago mensual. Combinando datos cuantitativos y cualitativos, se indagará, en primer lugar, sobre las motivaciones y/o restricciones que llevan a las trabajadoras a cada tipo de inserción. Se estudiará, luego, las diferentes formas en que cada subgrupo concibe y gestiona la relación con los empleadores, así como sus percepciones y apropiaciones de los derechos laborales.