OBJETIVO: Medir os níveis de monóxido de carbono no ar exalado (COex) em tabagistas com e sem DPOC. MÉTODOS: Tabagistas frequentadores dos ambulatórios do Hospital São Lucas em Porto Alegre (RS) entre setembro de 2007 e março de 2009 foram convidados a participar do estudo. Os participantes responderam a um questionário com características demográficas e epidemiológicas e realizaram espirometria, medição de cotinina urinária e de COex. Os participantes foram agrupados conforme a presença de DPOC. RESULTADOS: Foram incluídos 294 tabagistas, 174 (59,18%) diagnosticados com DPOC. Todos os participantes apresentavam níveis de cotinina urinária > 50 ng/mL. Os fumantes com DPOC apresentaram medianas significativamente superiores as do grupo sem DPOC para as variáveis idade e maços-ano (p < 0,001 e p = 0,026, respectivamente). Não houve diferença significativa nas demais variáveis. Quando ajustados para sexo, início do tabagismo, cigarros/dia e cotinina urinária, os valores médios de COex foram mais altos no grupo DPOC que no grupo sem DPOC, mas sem significância estatística (17,8 ± 0,6 ppm e 16,6 ± 0,7 ppm, respectivamente; p = 0,200). As diferenças permaneceram não significativas quando o método de base logarítmica foi usado. Uma ampla dispersão dos valores de COex foi encontrada quando os participantes foram classificados conforme os valores de VEF1 (r = -0,06; p = 0,53) ou o sistema de classificação de Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (r = 0,08; p = 0,34). As proporções de resultados falso-negativos para tabagismo foram de 18,4% e 6,7%, respectivamente, nos grupos com e sem DPOC (p = 0,007). CONCLUÕES: Esse estudo mostrou que os valores de COex não apresentaram diferenças significativas em fumantes com ou sem DPOC. Desse modo, parece não haver nenhuma restrição relevante para a sua aplicabilidade em fumantes com DPOC.
OBJECTIVE: To measure exhaled carbon monoxide (COex) levels in smokers with and without COPD. METHODS: Smokers treated at outpatient clinics of São Lucas Hospital in the city of Porto Alegre, Brazil, between September of 2007 and March of 2009 were invited to participate in this study. The participants completed a questionnaire regarding demographic and epidemiologic characteristics and were submitted to spirometry, as well as to determination of COex and urinary cotinine levels. The participants were divided into two groups: those with COPD and those without COPD. RESULTS: The study involved 294 smokers, of whom 174 (59.18%) had been diagnosed with COPD. All of the participants presented with urinary cotinine levels > 50 ng/mL. Smokers with COPD presented significantly higher median values for age and pack-years than did those without COPD (p < 0.001 and p = 0.026, respectively). No other statistically significant differences were found. When adjusted for gender, age at smoking onset, number of cigarettes/day and urinary cotinine level, the mean values of COex were higher, but not statistically so, in the COPD group than in the non-COPD group (17.8 ± 0.6 ppm and 16.6 ± 0.7 ppm, respectively; p = 0.200). The differences remained nonsignificant when plotted logarithmically. A wide dispersion of COex values was found when the participants were classified by FEV1 level (r = -0.06; p = 0.53) or by Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease classification (r = 0.08; p = 0.34). The proportions of false-negative results for smoking were 18.4% and 6.7%, respectively, in the COPD and non-COPD groups (p = 0.007). CONCLUSIONS: Since COex values did not differ significantly between smokers with COPD and those without, there seem to be no major contraindications to their use in smokers with COPD.