Abstract We present a floristic-taxonomic survey of the species of Aspleniaceae in Mato Grosso as part of a series on the flora of lycophytes and ferns in this state. The study is based on an analysis of national and foreign herbaria specimens. In the state of Mato Grosso, there are two genera and 22 species of Aspleniaceae: Asplenium abscissum, A. angustum, A. auritum, A. cirrhatum, A. claussenii, A. cristatum, A. dimidiatum, A. flabellulatum, A. formosum, A. hallii, A. inaequilaterale, A. juglandifolium, A. otites, A. poloense, A. praemorsum, A. pumilum, A. resiliens, A. salicifolium, A. serra, A. serratum, A. stuebelianum, and Hymenasplenium delitescens. This corresponds to 27,5% of the Aspleniaceae species reported for Brazil. The species predominantly occur in forest environments. Dichotomous keys to the genera and species, descriptions, diagnostic illustrations, and notes on the geographic distribution, habitat, and morphological affinities between species are provided.

Resumo O objetivo deste estudo foi realizar o levantamento florístico-taxonômico das espécies de Aspleniaceae ocorrentes no estado do Mato Grosso, em continuidade a uma série sobre a flora de licófitas e samambaias desse Estado. O estudo foi baseado na análise de espécimes depositados em herbários nacionais e estrangeiros. No estado do Mato Grosso ocorrem 22 espécies de Aspleniaceae, distribuídas em dois gêneros, correspondendo a 27,5% das espécies da família reportadas para o Brasil: Asplenium abscissum, A. angustum, A. auritum, A. cirrhatum, A. claussenii, A. cristatum, A. dimidiatum, A. flabellulatum, A. formosum, A. hallii, A. inaequilaterale, A. juglandifolium, A. otites, A. poloense, A. praemorsum, A. pumilum, A. resiliens, A. salicifolium, A. serra, A. serratum, A. stuebelianum and Hymenasplenium delitescens. As espécies ocorrem predominantemente em ambiente florestal. São apresentadas chaves dicotômicas para gêneros e espécies, descrições, ilustrações diagnósticas, distribuição geográfica e notas sobre o hábitat e afinidades morfológicas entre as espécies.

Abstract Tracheary elements can be classified as tracheids or vessel elements. In ferns, both cell types and even cells with intermediate characteristics can be observed. For a long time, the methods employed in the study of these cells were questioned and consequently their classification as well. In the present work, we analyze the stem tracheal elements of 13 Aspleniaceae species, occurring in different habitats and belonging to different clades. The samples were cut, dried on a hotplate, metallized, and analyzed in SEM. In general, the Asplenium species analyzed contain elongated conducting cells with oblique end walls, with scalariform thickening on all faces of the cell. The presence of pit membranes, however, varies greatly among species, it being possible to observe species with tracheids, with intermittent perforation plates, and with vessel elements.

Resumo Os elementos traqueais podem ser classificados como traqueídeos ou elementos de vaso. Nas samambaias podem ser observados ambos os tipos de células e até mesmo células com características intermediárias. Durante muito tempo os métodos empregados no estudo dessas células foram questionados e consequentemente a sua classificação também. No presente trabalho analisamos os elementos traqueais do caule de 13 espécies de Aspleniaceae, ocorrendo em diferentes habitats e pertencentes a diferentes clados. As amostras foram cortadas, secas em placa quente, metalizadas e analisadas em MEV. Em geral, as espécies de Asplenium analisadas contêm células condutoras alongadas com paredes terminais oblíquas, com espessamento escalariforme em todas as faces da célula. A presença de membranas de pontoações, entretanto, varia muito entre as espécies, sendo possível observar espécies com traqueídeos, com placas de perfuração intermitentes e com elementos de vasos.

Abstract Gradual climatic changes caused by mountains’ altitudinal variation promote alterations in the structure of ecological communities. Environmental changes are also expected according to the slope’s position in relation to the sea. In this study, we aimed to compare epiphytic pteridophyte communities along altitudinal gradients on opposite slopes in a section of the Atlantic Forest. We sampled a total of 10 sites in the montane and upper montane zones from the eastern (facing the sea) and western (facing away from the sea) slopes. A total of 1,742 individuals from 62 epiphytic species were recorded. The slopes showed similar epiphytic abundances and richness. Species richness showed a tendency to decrease with an increase in altitude on the western slope, and abundance was higher at intermediate altitudes, with no altitudinal trend in dominance. Conversely, on the eastern slope, there was no clear altitudinal pattern in richness or abundance; however, dominance increased with an increase in altitude from 1,200 to 1,800 m. Species compositions differed among altitudinal zones and between slopes. The eastern slope had lower species richness and no clear altitudinal gradient, although it was better preserved than the western one. Thus, there are differences in the community structure of epiphytic pteridophytes from the forest understory due to altitudinal variation and slope orientation, and these findings corroborate our hypotheses.

Resumo As mudanças climáticas graduais causadas pela variação altitudinal nas montanhas promovem alterações na estrutura das comunidades ecológicas. Mudanças ambientais também são esperadas de acordo com a posição das vertentes em relação ao mar. Neste estudo, nós objetivamos comparar a comunidade de pteridófitas epífitas ao longo dos gradientes altitudinais em vertentes opostas em um trecho de Floresta Atlântica. Amostramos um total de 10 sítios nas faixas montana e alto-montana das vertentes oriental (voltada para o mar) e ocidental (oposta ao mar). Um total de 1,742 indivíduos, distribuídos em 62 espécies epifíticas, foram registrados. As vertentes mostraram valores similares de abundância e riqueza epifítica. A riqueza tendeu a diminuir com o aumento da altitude na vertente ocidental; a abundância foi elevada na altitude intermediária e nenhuma tendência altitudinal na dominância foi observada. Na oriental, não houve nenhum padrão altitudinal claro na riqueza ou abundância em relação à altitude, mas um aumento na dominância de 1,200 a 1,800 m. A composição de espécies diferiu entre as faixas altitudinais e entre as vertentes. A vertente oriental teve menor riqueza e nenhum gradiente altitudinal claro, embora fosse mais preservada que a ocidental. Portanto, existem diferenças na estrutura da comunidade de pteridófitas epífitas do sub-bosque florestal devido à variação altitudinal e orientação das vertentes, e esses resultados corroboram nossas hipóteses.

Abstract Tijuca National Park (TNP) covers an area corresponding to 3.5% of the city of Rio de Janeiro. It is an Atlantic Rainforest fragment with peaks and watersheds that make this protected area a mosaic of habitats. It is composed of four subunits: Serra da Carioca, Pedra Bonita and Pedra da Gávea Inselbergs, Tijuca Forest, and the Pretos Forros/ Covanca Considering the importance of conserving biodiversity in rainforest fragments, such as those found in Tijuca National Park and its subunits, we analyzed the spatial distribution of species in relation to climatic factors that could impact species richness. In addition to floristic analysis, we provide details of endemism, conservation status, substrate and habitat preferences, as well as data on geographic distribution patterns for each species. Precipitation during the wettest month was shown to be one of the most important climatic features in the study area and may be related to floristic richness and composition. The TNP holds about 38.5% of known species in the state of Rio de Janeiro with 254 taxa distributed in 26 families and 83 genera. Floristic richness can be impacted by environmental variables, including climatic factors. Our results show that relating floristic richness to environmental variables can be a way to understand biodiversity.

Resumo O Parque Nacional da Tijuca ocupa uma área correspondente a 3,5% da cidade do Rio de Janeiro. É um fragmento de Mata Atlântica com picos e bacias hidrográficas que fazem desta área protegida um mosaico de habitats. É composto por quatro subunidades: Serra da Carioca, Pedra Bonita e Pedra da Gávea Inselbergs, Tijuca Forest, e Pretos Forros/ Covanca. As espécies foram analisadas quanto à sua distribuição espacial, relacionando-as com os fatores climáticos que poderiam afetar a riqueza. Além disso, fornecemos comentários sobre o endemismo, estado de conservação das espécies, uma análise florística e dados sobre os padrões de distribuição geográfica. A precipitação do mês mais chuvoso foi uma das características ambientais mais importantes para essas áreas e pode estar relacionada à similaridade florística entre elas. O Parque Nacional da Tijuca detém cerca de 38,5% das espécies conhecidas para o estado do Rio de Janeiro, com 254 taxa, distribuídos em 26 famílias e 83 gêneros. Os nossos resultados mostram que, relacionar a riqueza florística às variáveis ambientais, pode ser uma caminho para o entendimento da biodiversidade..

Abstract Asplenium pseudoangustum is a poorly understood species known from the Peruvian Amazon forests. Due to morphological similarities with A. angustum and A. serratum, the position of A. pseudoangustum among the called A. serratum complex was suggested. However, spore ornamentation and scales morphology indicate that A. pseudoangustum is more related to the species of the A. hastatum subclade. Here, we present a redescription for this species, including scales and spore morphology, and an updated distribution including records from Brazil and Colombia.

Resumo Asplenium pseudoangustum é uma espécie pouco conhecida da Floresta Amazônica Peruana. Devido a similaridades morfológicas com A. angustum e A. serratum, o posicionamento de A. pseudoangustum no complexo A. serratum era sugerido. No entanto, a ornamentação dos esporos e a morfologia das escamas indicam que A. pseudoangustum seja mais relacionada com espécies do subclado A. hastatum. Aqui, apresentamos uma redescrição para esta espécie, incluindo a morfologia de escamas e esporos, e uma distribuição atualizada com registros do Brasil e da Colômbia.