Os autores analisam os resultados obtidos em 391 pacientes consecutivos e não selecionados e submetidos a revascularização direta do miocárdio sem o circuito cardiopulmonar, operados de setembro de 1981 a fevereiro de 1985. Neste mesmo período, foram realizadas um total de 1568 cirurgias de revascularização, sendo esta alternativa tática aplicável em 24,9% dos casos. Da casuística apresentada, 318 (81,3%) eram do sexo masculino e 73 (18,7%), do feminino e as idades de 35 a 76 anos, oscilando em torno da mediana 56. As condições pré-operatórias indicativas da cirurgia foram as seguintes: insuficiência coronária crônica 286 (73,1%) casos; pós trombólise coronária 42 (10,7%); infarto agudo em evolução 18 (4,6%); pós angioplastia mal sucedida 18 (4,6%); reoperàções 14 (3,6%); síndrome intermediária 12 (3,1%) e revascularização em dissecção aórtica crônica 1 caso. Pontes únicas foram realizadas em 175 (44,7%) pacientes, duplas em 192 (49,1%) e triplas em 24 (6,1%), com a média de 1,6 pontes/paciente. A artéria mamária foi usada para 109 casos, artéria mamária heteróloga bovina em 2, sendo, nos demais, utilizada a veia safena. A mortalidade hospitalar foi de 2,5% (10/391), o que difere, significativamente, da mortalidade de 5% verificada para um grupo de 1177 pacientes operados no mesmo período, com a circulação extracorpórea. Comparamos, prospectivamente, as complicações pós-operatórias observadas em um grupo de 378 pacientes operados sem a circulação extracorpórea, contra um grupo controle de 689 pacientes tratados da maneira convencional, no que diz respeito à incidência de arritmias, infarto per-operatório, complicações pulmonares, neurológicas, infecciosas e hemorrágicas. Verificamos uma incidência menor, estatisticamente significante, para as complicações pulmonares, neurológicas e de arritmias no grupo operado sem a circulação extracorpórea, não diferindo das demais complicações entre os dois grupos. Concluem os autores que a revascularização do miocárdio sem utilização da extracorpórea se consolidou, ao longo destes 4 anos de experiência, como tática de eleição em lesões da coronária direita, descendente anterior, ou ambas, face às vantagens que apresenta.
The authors analyse the results of 391 consecutive non-selected patients who underwent direct myocardial revascularization (MR) without cardiopulmonary bypass (CPB) from September 1981 to February 1985. In the same period we performed a total of 1568 revascularization procedures; thus 24.9% were MR without CPB. Out of the 391 patients, 318 (81.3%) were male and the ages varied from 35 to 76, with a median of 56 y/o. The surgical procedure was performed due to: chronic coronary insufficiency 286 (73.1%), after coronary thrombolysis 42 (10.7%), evolving acute myocardial infarction 18 (4.6%), ill-succeeded angioplasty 18 (4.6%), redos 14 (3.6%), intermediate syndrome 12 (3.1 %) and chronic aortic dissection 1. Single bypass was performed in 175 (44.7%) patients, double in 192 (49.1%) and triple in 24 (6.1%) with an average of 1.6 grafts/patient. The mammary artery was utilized 10Q times, bovine heterologous mammary 2 and all remaining cases received saphenous vein grafts. The hospital mortality was 2.5% (10/391) which is significantly different from our 5% hospital mortality in 1177 patients operated on the same period with CPB. We prospectively compared the postoperative complications in 378 patients without CPB against 689 patients with CPB concerning arrhythmias, perioperative myocardial infarction, neurologic, infectious, pulmonary and hemorrhagic complications.