O estudo avaliou a qualidade da atenção ao parto na rede pública hospitalar, na cidade do Recife, Pernambuco, Brasil, segundo satisfação das gestantes, por um estudo transversal de cunho exploratório, em todas as unidades públicas hospitalares da rede, agrupadas em natureza da gestão, pela ausculta de 1.000 gestantes. A qualidade da atenção foi realizada segundo estratos de gestão e dimensões da qualidade: acolhimento; respeito ao direito das pessoas; assistência no pré-natal e parto; e ambiência. A significância dos resultados foi analisada pelo teste qui-quadrado de Pearson e Friedman. Houve alta cobertura do pré-natal, sem vinculação com a assistência ao parto e intensa imigração de partos. O tempo de espera pelo atendimento da equipe foi longo, a proporção de partos vaginais foi superior nas maternidades municipais (80%), houve em apenas 16% dos partos o contato pele a pele com o bebê; a amamentação ocorreu em 11% na sala de parto. Entre as esferas de gestão, o hospital filantrópico teve melhor avaliação. As dimensões avaliadas apresentaram diferenças significativas, tendo maiores satisfações com os aspectos: respeito (88,2%), gentileza (86,7%), trabalho dos médicos (85,2%) e confiança nos profissionais (84,3%). Enquanto as maiores insatisfações relacionaram-se com: temperatura da enfermaria (62,2%), possibilidade de fazer reclamações (48,1%), quantidade e qualidade das roupas (49,2%) e privacidade (43%). Apesar das conquistas, os achados revelaram a necessidade de reorganização da política de assistência obstétrica com a regionalização, regulação, consolidação das redes de atenção e intervenções na ambiência, visando consolidar a humanização da atenção.
The study assessed the quality of care for labor and childbirth in the public hospital system in the city of Recife, Pernambuco State, Brazil, according to the mothers’ satisfaction, using a cross-sectional exploratory study in all the public hospitals in the network, grouped according to type of hospital management and interviews with 1,000 mothers. Quality of care was measured according to management strata and the following dimensions of quality: reception; respect for individual rights; prenatal and childbirth care; and ambience. The results’ significance was analyzed with the Pearson and Friedman chi-square test. There was high prenatal coverage, not linked to childbirth care, and intense migration of deliveries. Waiting time for care by the healthcare team was long, the proportion of vaginal deliveries in the municipal maternity services was 80%, and only 16% of the deliveries included skin-to-skin contact with the newborn; breastfeeding occurred in the birthing room in 11% of the deliveries. Among the various management modalities, the charitable hospital rated highest. The target dimension showed significant differences, with higher satisfaction rates for the following: respect (88.2%), kindness (86.7%), physicians’ work (85.2%), and trust in the healthcare staff (84.3%). The highest rates of dissatisfaction were for: temperature on the ward (62.2%), possibility of lodging complaints (48.1%), quantity and quality of hospital clothing and bedding (49.2%), and privacy (43%). Despite positive strides, the findings show the need for reorganization of obstetric care policy, with regionalization, regulation, consolidation of networks of care, and interventions in the healthcare setting, aimed at consolidating the humanization of care.
El estudio evaluó la calidad de la atención al parto en la red pública hospitalaria, en la ciudad de Recife, Pernambuco, Brasil, según la satisfacción de las gestantes, mediante un estudio transversal de cuño exploratorio, en todas las unidades públicas hospitalarias de la red, agrupadas en naturaleza de la gestante, por la auscultación de 1.000 gestantes. La calidad de la atención se realizó según estratos de gestión y dimensiones de la calidad: acogida; respeto a los derechos individuales; asistencia prenatal y parto; y entorno. La significancia de los resultados se analizó por el test chi-quadrado de Pearson y Friedman. Hubo una alta cobertura del prenatal, sin vinculación con la asistencia al parto e intensa migración de partos. El tiempo de espera para ser atendido por el equipo fue largo, la proporción de partos vaginales fue superior en las maternidades municipales (80%), hubo en sólo un 16% de los partos un contacto piel a piel con el bebé; la lactancia tuvo lugar en un 11% en la sala de parto. Entre las esferas de gestión, el hospital filantrópico tuvo una mejor evaluación. Las dimensiones evaluadas presentaron diferencias significativas, existiendo mayores satisfacciones con los aspectos: respeto (88,2%), amabilidad (86,7%), trabajo de los médicos (85,2%) y confianza en los profesionales (84,3%). Respecto a las mayores insatisfacciones se relacionaron con: temperatura de la enfermería (62,2%), posibilidad de realizar reclamaciones (48,1%), cantidad y calidad de la ropa (49,2%) y privacidad (43%). A pesar de las conquistas, los hallazgos revelaron la necesidad de reorganización de la política de asistencia obstétrica con la regionalización, regulación, consolidación de las redes de atención e intervenciones en el entorno, con el fin de consolidar la humanización de la atención.