Resumo: Introdução: Quando se pensa em estratégias que possibilitem a consolidação de um sistema de saúde que leve em consideração o caráter dinâmico, diverso e complexo que a comunidade apresenta, a educação interprofissional mostra-se como uma ferramenta de grande potência na formação de futuros profissionais capazes de exercer um trabalho colaborativo. Nesse contexto, o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde ganha destaque ao possibilitar a troca de saberes entre acadêmicos de distintos cursos. Relato de experiência: Utilizou-se como ferramenta a narrativa de eventos vivenciados pela acadêmica de Medicina estagiária bolsista do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde/Interprofissionalidade, integrada ao Consultório na Rua de uma cidade do Rio de Janeiro. Essa integração possibilitou o exercício da interprofissionalidade no campo prático, experiência que não se limitou à interação com o médico do serviço, embora fosse igualmente valiosa essa convivência, mas que levou também à troca com trabalhadores com distintas formações profissionais e discentes de outros cursos. Discussão: Para que o trabalho colaborativo ocorra, não bastam trabalhadores dividindo o mesmo espaço; nessa ótica, faz-se necessária a discussão acerca dos efeitos da educação interprofissional na formação acadêmica, despertando nesses alunos o desejo de trabalhar colaborativamente e preparando-os para o desafio de atender às necessidades e demandas dos usuários do Sistema Único de Saúde. Conclusão: Nas universidades brasileiras, são poucas ainda as atividades que têm como fio condutor a educação interprofissional, entretanto esse tipo de educação possui potência para aproximar o graduando das realidades a serem enfrentadas no cotidiano de sua futura prática profissional, pautado no processo ensino-aprendizagem com indivíduos de diferentes formações profissionais, de modo que o trabalho colaborativo se torne um facilitador na oferta à comunidade de um serviço de saúde de alta qualidade.
Abstract: Introduction: When considering strategies that allow the consolidation of a health system that takes into account the dynamic, diverse and complex characteristics presented by the community, interprofessional education appears as a powerful tool in the training of future professionals, capable of carrying out collaborative work. In this context, the Education through Work Program for Health is highlighted by allowing the exchange of knowledge between students from different courses. Experience report: The narrative of events experienced by the medical student intern with a scholarship from the Education through Work Program for Health/Interprofessionality was used as a tool, integrated to the “Consultório na Rua” (“Street Office”) in a city of Rio de Janeiro, an integration that allowed the exercise of interprofessionality in the practical field, an experience that was not limited to interaction with the service physician, although this coexistence was equally invaluable, but which also led to exchanges with workers with different professional backgrounds and students from other courses. Discussion: For the collaborative work to occur, it is not enough for workers to share the same space; from this perspective, it is necessary to discuss the effects of interprofessional education on academic training, awakening in these students the desire to work collaboratively and preparing them for the challenge of meeting the needs and demands of the Unified Health System users. Conclusion: In Brazilian universities, there are still few activities that are guided by interprofessional education; however, this type of education has the power to bring the student closer to the realities to be faced in the daily life of their future professional practice, based on the teaching-learning process with individuals from different professional backgrounds, so that collaborative work becomes a facilitator when offering the community a high-quality health service.