RESUMO Objetivou-se avaliar clinicamente os efeitos da administração intrarruminal de duas quantidades distintas de manga em ovinos. Foram utilizados sete ovinos machos, hígidos, que não receberam carboidratos não fibrosos por, pelo menos, seis meses previamente ao período experimental, quando se avaliou pH ruminal, total de protozoários no suco de rúmen, pH urinário, pH sanguíneo estimado e parâmetros vitais nos tempos zero, 12, 16, 20 e 24 após a administração da manga. Os sete ovinos foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos e receberam 0,625% ou 1,875% da MS de manga/kg/PV (M1 e M2, respectivamente), distribuídos em delineamento cross-over, com uma parcela perdida, e 30 dias de washout. Os ovinos M2 apresentaram valores médios para pH ruminal significativamente inferiores a M1 a partir do tempo T12 (5,1 e 6,9, respectivamente), o que indica ocorrência de acidose ruminal. Os animais tratados com M1 não apresentaram alterações sistêmicas, ao passo que os ovinos tratados com M2 apresentaram acidose metabólica leve, detectada por meio do pH urinário ácido (4,8). A ingestão apenas de manga in natura na quantidade de 1,875% da MS de manga/kg/PV mostrou-se capaz de provocar acidose ruminal em ovinos, levando-os a: ligeira depressão, aumento da frequência cardíaca, diminuição dos movimentos ruminais e diarreia em alguns casos.
ABSTRACT The aim of this study is to clinically evaluate the effects of intra ruminal administration of two different amounts of mango in sheep. The sample was of seven male healthy sheep, which did not receive non-fibrous carbohydrates for at least six months prior to the trial. Rumen fluid pH, total of protozoa in the rumen fluid, urine pH, estimated blood pH, and vital parameters were evaluated at the following times: zero, 12, 16, 20 and 24 hours after administration of the mango. The seven sheep were randomly divided into two groups and received either 0.625% or 1.875% of the dry matter of the pulp and mango peel per kg body weight (M1 and M2, respectively), distributed in cross-over design with a lost portion and 30 days washout. Sheep treated with M2 showed significantly lower average values for ruminal pH than the M1 since T12 (5.1 and 6.9, respectively), indicating the occurrence of ruminal acidosis. The animals treated with M1 showed no systemic changes, while the sheep treated with M2 had mild metabolic acidosis, detected through the lower urinary pH (4.8). The in natura mango ingestion in the amount of 1.875% of the dry matter of mango per kg of body weight proved to provoke rumen acidosis in sheep, leading these animals to: slight depression, rise in heart rate, diminished rumen movement, and diarrhea in some cases.