Com o objetivo de avaliar as características clínicas, abordagem e tratamento das cefaléias agudas primárias atendidas no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) no ano de 2005, 109 prontuários foram analisados através de questionário padronizado, segundo idade, sexo, diagnóstico principal, características das crises, propedêutica e tratamento. A distribuição dos pacientes quanto ao tipo de cefaléia foi a seguinte: provável enxaqueca 47,7%, provável cefaléia tensional 37,6%, cefaléia não classificada 11,9% e cefaléia não classificada em outro local 2,8%. No que tange às características da crise, a localização da dor foi descrita em 86,2% dos pacientes. No tratamento dos pacientes com crise aguda de cefaléia, as drogas mais utilizadas foram: dipirona (74,5%), seguido de tenoxicam (31,8%), diazepam (20,9%), dramin® (10,9%) e metoclopramida (9,9%). Os dados levantados são condizentes com os relatados na literatura. O tratamento efetuado, na maioria dos casos, não foi o recomendado por consensos ou estudos clínicos com metodologia aceitável. Recomendamos, portanto, a introdução de um protocolo específico para o atendimento das cefaléias agudas, o que facilitará o diagnóstico, tratamento e manejo destes pacientes.
In order to analyze the clinical features, approach and treatment of patients with acute primary headaches seen at the Clinics Hospital of the Federal University of Uberlândia (HC-UFU) throughout 2005, the medical charts of 109 patients were evaluated through a standardized questionnaire as to age, gender, main diagnosis, characteristics of the headache attacks, diagnostic tests and treatment. Probable migraine was the most common type of primary headache (47.7%), followed by probable tension-type headache (37.6%), unspecified headache (11.9%), and headache not elsewhere classified (2.8%). As to characteristics of the crisis, the location of the pain was described in 86.2% of the patients. The most commonly used drugs for treatment of acute headache attacks were dipyrone (74.5%), tenoxicam (31.8%), diazepam (20.9%), dimenhydrate (10.9%), and metochlopramide (9.9%). The data collected are in agreement with those reported in literature. In most cases, treatment was not what is recommended by consensus or clinical studies with appropriate methodology. Therefore, we suggest the introduction of a specific acute headache management protocol which could facilitate the diagnosis, treatment and management of these patients.