JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Os aparelhos de anestesia vêm possibilitando reduzir repercussões fisiológicas e problemas causados por ventilação mecânica. O objetivo deste estudo foi avaliar, retrospectivamente, os métodos e recursos de suporte ventilatório utilizados por um grupo de anestesiologistas em pacientes sem lesão pulmonar prévia no período intraoperatório. MÉTODO: Um questionário anônimo, com 27 questões objetivas, foi aplicado em um grupo composto por médicos anestesiologistas e em especialização que atuam em diferentes hospitais privados na cidade de São Paulo. Os questionários foram aplicados em um período de 15 dias. Observaram-se os padrões ventilatórios, a pressão positiva ao final da expiração (PEEP), o recrutamento alveolar e o cálculo do volume-corrente empregado com intubação traqueal. RESULTADOS: Os participantes foram predominantemente do sexo masculino, 40,5% com título superior em Anestesiologia (TSA), e a maioria concluiu a especialização há menos de 10 anos. A maior parte dos anestesiologistas faz uso de PEEP rotineiramente, entre 5 e 10 cmH2O. Fluxo de gases frescos acima de 1.000 mL.min-1 ainda é utilizado pela maior parte dos anestesiologistas. Manobras de recrutamento alveolar são realizadas por 80% dos entrevistados, logo após a intubação e antes da desintubação, sendo a estratégia mais comum a insuflação com 40 cmH2O por 15 segundos. Quanto às estratégias protetoras de ventilação, apenas 30% utilizam volume-corrente < 7 mL.kg-1, com frações inspiradas de oxigênio entre 40% e 60%. CONCLUSÕES: Este estudo descritivo permite afirmar que, nos hospitais avaliados, grande parte dos anestesiologistas utiliza recursos visando minimizar eventual repercussão da ventilação controlada mecânica. Esses dados podem orientar o desenvolvimento de programas de educação médica continuada em ventilação mecânica associada à anestesia, visando à segurança e à melhora do atendimento ao paciente.
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Anesthesia devices have been making it possible to reduce the physiological repercussions and problems caused by mechanical ventilation. The objective of this study was to evaluate, retrospectively, ventilatory methods and support resources used by a group of anesthesiologists in patients without prior lung damage in the intraoperative period. METHODS: A non-identifiable questionnaire composed of 27 questions was applied to a group of anesthesiologists and anesthesiology residents who work at different private hospitals in the city of São Paulo. The questionnaires were applied over a 15-day period. Ventilation patterns, positive end-expiratory pressure (PEEP), alveolar recruitment maneuvers, and the calculation of the tidal volume used with tracheal intubation were observed. RESULTS: Participants were predominantly males, 40.5% bearing the Anesthesiology Superior Title (TSA), and the majority concluded their residency less than 10 years ago. Most anesthesiologists used PEEP, between 5 and 10 cmH2O, routinely. Fresh gas flow above 1,000 mL.min-1 is still used by most anesthesiologists. Alveolar recruitment maneuvers were performed by 80% of those interviewed, shortly after intubation and before removing the ET tube with the most common strategy insufflation with 40 cmH2O for 15 seconds. As for strategies to protect ventilation, only 30% used a tidal volume with less than 7 mL.kg-1 with inspired oxygen fraction between 40% and 60%. CONCLUSIONS: This descriptive study allows us to state that in the hospitals evaluated the majority of anesthesiologists uses resources to minimize eventual repercussions of controlled mechanical ventilation. This data can orient the development of continuing medical education programs in mechanical ventilation associated with anesthesia aiming to safety and improvement of patient care.
JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: Los aparatos de anestesia han venido posibilitando la reducción de las repercusiones fisiológicas y de los problemas causados por la ventilación mecánica. El objetivo de este estudio fue evaluar de forma retrospectiva, los métodos y los recursos de ayuda ventilatoria utilizados por un grupo de anestesiólogos en pacientes sin lesión pulmonar previa en el período intraoperatorio. MÉTODO: Un cuestionario no identificado, con 27 preguntas objetivas, se aplicó a un grupo compuesto por médicos anestesiólogos y en especialización que actúan en diferentes hospitales privados en la ciudad de São Paulo. Los cuestionarios se aplicaron en un período de 15 días. Se observaron los estándares ventilatorios, la presión positiva al final de la expiración (PEEP), el reclutamiento alveolar y el cálculo del volumen corriente que se usó con intubación traqueal. RESULTADOS: Los participantes fueron predominantemente del sexo masculino, un 40,5% con título superior en Anestesiología (TSA), y la mayoría que terminó la especialización hace menos de 10 años. La mayor parte de los anestesiólogos utiliza el PEEP como rutina, entre 5 y 10 cmH2O. Gran parte de los anestesiólogos todavía usa el flujo de gases frescos por encima de 1000 mL.min-1. Las maniobras de reclutamiento alveolar son hechas por un 80% de los entrevistados después de la intubación y antes de la retirada de los tubos, siendo la estrategia más común la insuflación con 40 cmH2O por 15 segundos. En cuanto a las estrategias protectoras de ventilación, apenas 30% utilizan volumen corriente < 7 mL.kg-1, con fracciones inspiradas de oxígeno entre 40 y 60%. CONCLUSIONES: Este estudio descriptivo permite afirmar que en los hospitales evaluados, gran parte de los anestesiólogos utiliza recursos para minimizar una eventual repercusión de la ventilación controlada mecánica. Esos datos pueden orientar el desarrollo de programas de educación médica continua en ventilación mecánica, asociada a la anestesia para garantizar así la seguridad y la mejoría de la atención al paciente.