Resumo Estudo de prevalência realizado com pessoas vivendo com HIV/Aids, em terapia antirretroviral, com o objetivo de comparar a qualidade de vida e a insegurança alimentar entre homens e mulheres. Foram incluídos aleatoriamente quatrocentos e oitenta e um indivíduos que buscaram atendimento hospitalar. A insegurança alimentar foi avaliada pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar e a qualidade de vida pelo instrumento WHOQOL-HIV-Bref. Os resultados foram apresentados em frequência absoluta e relativa e as diferenças entre os sexos foram testadas com o teste qui-quadrado, considerando significância de 5%. Do total da amostra, 40,1% eram do sexo feminino e essas apresentaram piores condições de renda (65,8%), baixa escolaridade (72,5%), menor prevalência de segurança alimentar (29,02%) e qualidade de vida abaixo da média (54,9%), comparadas com os homens (44,4%). Os resultados do estudo mostram que além das dificuldades enfrentadas pelos portadores do vírus HIV, este grupo apresenta uma importante desigualdade de gênero e a gestão do cuidado voltado a estas pessoas deve considerar este importante achado, promovendo o acesso a políticas sociais e promovendo a isonomia entre os gêneros, em prol de uma vida feminina mais justa e igualitária.
Abstract A prevalence study was conducted to compare quality of life and food insecurity in men and women living with HIV/AIDS. The sample comprised 481 HIV-infected individuals undergoing antiretroviral therapy at a referral hospital in the State of Paraíba, Brazil. Food insecurity and quality of life were assessed using the Brazilian Household Food Insecurity Scale and WHOQOL-HIV Bref, respectively. The results were presented as absolute and relative frequencies and gender differences were tested using the chi-squared test adopting a significance level of 0.05. The findings showed that 40.1% of the sample were women. A higher percentage of women than men had a low income and low education level (65.8% and 72.5%, respectively). Prevalence of food security was lower in women than in men (29.0% compared to 42.7%), and a higher percentage of women than men reported below average quality of life (54.9% compared to 44.4%). The findings reveal that, besides the usual difficulties faced by HIV-infected patients, this group showed a significant level of gender inequality. The management of HIV patient care should consider these important findings, promoting access to care and support services and gender equality so that women can live fairer and more equal lives.