Resumo: Analisar a tendência temporal do consumo de frutas e hortaliças entre adultos nas capitais brasileiras e no Distrito Federal no período entre 2008 e 2016. Trata-se de um estudo de série temporal, com dados do VIGITEL de 2008 a 2016 (n = 463.817). Analisou-se o percentual de consumo regular (≥ 5 dias/semana) e recomendado (≥ 5x/dia) de frutas e hortaliças, para cada um dos anos, para o conjunto completo da população e segundo sexo, faixa de idade, nível de escolaridade e localidade. A presença de tendência linear (de aumento ou diminuição) na variação dos indicadores foi analisada por meio da regressão Prais-Winsten. Verificou-se aumento significativo (p < 0,05) na prevalência de consumo regular (de 33 a 35,2%, aumento de 1,86%/ano) e de consumo recomendado de frutas e hortaliças (de 20 a 24,4%, aumento de 3,32%/ano). Tendência semelhante foi identificada para o percentual da população atendendo a recomendação de consumo na maior parte dos estratos populacionais, com maior magnitude de aumento entre: homens (4%/ano vs. 3,05%/ano para as mulheres), adultos jovens (3,97%/ano para aqueles com idades entre 18 e 24 anos vs. 2,3%/ano para os que têm de 55-64 anos), aqueles com menor escolaridade (2,97%/ano para aqueles com 0-8 anos de estudos vs. 2,76%/ano para os com 12 anos ou mais) e residentes em regiões menos desenvolvidas (5,02%/ano na Região Norte vs. 2,6%/ano na Região Sudeste). Observou-se aumento do consumo de frutas e hortaliças especialmente entre os grupos com menor nível de consumo no início do período estudado. No entanto, 3 a cada 4 indivíduos permanecem consumindo menos frutas e hortaliças do que o recomendado.
Abstract: The study aimed to analyze the time trend in the consumption of fruits and vegetables among adults in Brazilian state capitals and the Federal District from 2008 to 2016. This was a time series study with data from the VIGITEL survey from 2008 to 2016 (n = 463,817). The study analyzed the prevalence of regular consumption (≥ 5 days/week) and recommended consumption (≥ 5 times/day) of fruits and vegetables, for each of the years, for the complete set of the evaluated population and according to sex, age group, schooling, and location. Presence of linear trend (increase or decrease) in the indicators’ variation was analyzed by Prais-Winsten regression. There was a significant increase (p < 0.05) in prevalence of regular consumption (from 33 to 35.2%, an increase of 1.86%/year) and recommended consumption of fruits and vegetables (from 20 to 24.4%, an increase of 3.32%/year). A similar trend was identified in the percentage of the population meeting the recommended consumption in most of the population strata, with the highest increase in men (4%/year vs. 3.05%/year for women), young adults (3.97%/year in the 18-24-year group vs. 2.30%/year in the 55-64-year group), those with low schooling (2.97%/year for 0 to 8 years of schooling vs. 2.76%/year for 12 years or more), and less developed regions of Brazil (5.02%/year in the North vs. 2.6%/year in the Southeast). There was an increase in the consumption of fruits and vegetables, especially among groups with lower levels of consumption at the start of the study period. However, three out of four individuals still consumed fewer fruits and vegetables than recommended.
Resumen: El objetivo de este estudio fue analizar la tendencia temporal del consumo de frutas y hortalizas entre adultos en las capitales brasileñas y Distrito Federal durante el período entre 2008 y 2016. Se trata de un estudio de serie temporal, con datos procedentes de VIGITEL entre 2008 y 2016 (n = 463.817). Se analizó el porcentaje de consumo regular (≥ 5 días/semana) y recomendado (≥ 5x/día) de frutas y hortalizas, en cada uno de los años, para el conjunto completo de la población y según sexo, franja de edad, nivel de escolaridad y lugar de residencia. La presencia de una tendencia lineal (de aumento o disminución) en la variación de los indicadores se analizó mediante la regresión Prais-Winsten. Se verificó un aumento significativo (p < 0,05) en la prevalencia del consumo regular (de 33 a 35,2%, un aumento de 1,86%/año) y del consumo recomendado de frutas y hortalizas (del 20 al 24,4%, un aumento de 3,32%/año). Una tendencia semejante se identificó respecto al porcentaje de la población que respondía a la recomendación de consumo en la mayor parte de los estratos poblacionales, con mayor magnitud de aumento entre: hombres (4%/año vs. 3,05%/año para las mujeres), adultos jóvenes (3,97%/año para aquellos con edad entre 18 y 24 años vs. 2,30%/año para aquellos con 55-64 años), aquellos con menor escolaridad (2,97%/año para aquellos de 0 a 8 años de estudios vs. 2,76%/año para aquellos con 12 años o más) y residentes en regiones menos desarrolladas (5,02%/año en la región norte vs. 2,6%/año en la región sudeste). Se observó un aumento del consumo de frutas y hortalizas, especialmente, entre los grupos con menor nivel de consumo durante el inicio del período estudiado. No obstante, 3 de cada 4 individuos siguen consumiendo menos frutas y hortalizas de lo recomendado.