OBJETIVO: Analisar a capacidade preditiva de índice cognitivo funcional para mortalidade entre idosos. MÉTODOS: Estudo de coorte realizado com 1.667 idosos acima de 65 anos residentes no município de São Paulo, SP, no período 1991-2001. O índice cognitivo funcional foi construído a partir da orientação temporal e funções executivas (fazer compras e tomar medicação), controlado por variáveis sociodemográficas, hábitos de vida, morbidade, autopercepção de saúde, internação, edentulismo e suporte social. Os óbitos ocorridos no período foram investigados com familiares em entrevistas domiciliares, em cartórios e registros da Fundação Seade (até 2003). Foram calculados riscos relativos brutos e ajustados com respectivos intervalos com 95% de confiança por meio de análise bivariada e múltipla com regressão de Poisson, adotando-se p<0,05. RESULTADOS: No modelo multivariado final os fatores de risco independentes identificados pelo índice foram: perda parcial da orientação temporal ou funções executivas (RR=1,37; IC 95%: 1,03;1,83); perda total da orientação e parcial das funções (RR=1,71; IC 95%: 1,24;2,37); perda parcial da orientação e total das funções (RR=1,76; IC 95%: 1,35;2,28); perda total da orientação e das funções (RR=1,64; IC 95%: 1,30;2,06), Quanto às condições de saúde: internação (RR=1,45; IC 95%: 1,22;1,73); diabetes (RR=1,20; IC 95%: 1,00;1,44); edentulismo total (RR=1,34; IC 95%: 1,09;1,66). Relacionamento mensal com parentes foi identificado como fator protetor (RR=0,83; IC 95%: 0,69;1,00). CONCLUSÕES: O Índice Cognitivo Funcional pode auxiliar clínicos e planejadores em decisões sobre estratégias de seguimento e prevenção de causas tratáveis de déficit cognitivo e perda funcional para diminuir a mortalidade entre os idosos.
OBJECTIVE: To analyze the predictive ability of a functional cognitive index of mortality in the elderly. METHODS: Cohort study performed with 1,667 elderly individuals aged more than 65 years and living in the city of São Paulo, Southeastern Brazil, between 1991 and 2001. Functional cognitive index was constructed from time orientation and executive functions (going shopping and taking medication), controlled by sociodemographic variables, life habits, morbidity, self-perception of health, hospitalization, edentulism and social support. Deaths occurred during this period were analyzed with family members in home interviews, notary public offices and records from the Fundação Seade (State System of Data Analysis Foundation), until 2003. Crude and adjusted relative risks were calculated with their respective 95% confidence intervals, using bivariate and multiple analysis with Poisson regression and p<0.05. RESULTS: In the final multivariate model, the following independent risk factors were identified by the index: partial loss of time orientation or executive functions (RR=1.37; 95% CI: 1.03;1.83); total loss of orientation and partial loss of functions (RR=1.71; 95% CI: 1.24;2.37); partial loss of orientation and total loss of functions (RR=1.76; 95% CI: 1.35;2.28); and total loss of orientation and functions (RR=1.64; 95% CI: 1.30;2.06). As regards health conditions, the following were observed: hospitalization (RR=1.45; 95% CI: 1.22;1.73); diabetes (RR=1.20; 95% CI: 1.00;1.44); and total edentulism (RR=1.34; 95% CI: 1.09;1.66). Monthly contact with relatives was identified as a protective factor (RR=0.83; 95% CI: 0.69;1.00). CONCLUSIONS: The Functional Cognitive Index can help clinicians and health planners to make decisions on strategies for follow-up and prevention of treatable causes of cognitive deficit and functional loss to reduce mortality in the elderly.
OBJETIVO: Analizar la capacidad predictiva del índice cognitivo funcional para mortalidad entre ancianos. MÉTODOS: Estudio de cohorte realizado con 1.667 ancianos encima de 65 años residentes en el municipio de São Paulo, Sureste de Brasil, en el período 1991-2001. El índice cognitivo funcional fue construido a partir de la orientación temporal y funciones ejecutivas (hacer compras y tomar medicamento), controlado por variables sociodemográficas, hábitos de vida, morbilidad, autopercepción de salud, internación, edentulismo y soporte social. Los óbitos ocurridos en el período fueron investigados con familiares en entrevistas domiciliares, en oficinas del notario y registros de la Fundación Seade (hasta 2003). Fueron calculados riesgos relativos brutos y ajustados con respectivos intervalos con 95% de confianza por medio de análisis bivariado y múltiple con regresión de Poisson, adoptándose p<0,05. RESULTADOS: En el modelo multivariado final los factores de riesgo independientes identificados por el índice fueron: pérdida parcial de la orientación temporal o funciones ejecutivas (RR=1,37; IC 95%: 1,03;1,83); pérdida total de la orientación y parcial de las funciones (RR=1,71; IC 95%: 1,24;2,37); pérdida parcial de la orientación y total de las funciones (RR=1,76; IC 95%: 1,35;2,28); pérdida total de la orientación y de las funciones (RR=1,64; IC 95%: 1,30;2,06). Con relación a las condiciones de salud: internación (RR=1,45; IC 95%:1,22;1,73); diabetes (RR=1,20; IC 95%: 1,00;1,44); edentulismo total (RR=1,34; IC 95%: 1,09;1,66). Relacionamiento mensual con parientes fue identificado como factor protector (RR=0,83; IC 95%: 0,69;1,00). CONCLUSIONES: El Índice Cognitivo Funcional puede auxiliar clínicos y planificadores en decisiones sobre estrategias de seguimiento y prevención de causas tratables de déficit cognitivo y pérdida funcional para disminuir la mortalidad entre los ancianos.