OBJETIVO: Identificar os transtornos afetivos não psicóticos em gestantes, intervir com grupos psicoprofiláticos e avaliar as possíveis alterações após intervenção. MÉTODOS: Foram atendidas 103 gestantes (71 adultas e 32 adolescentes) em programa comunitário no bairro Paraisópolis, na capital do Estado de São Paulo. Utilizaram-se os instrumentos: Self Reporting Questionnaire e Beck Depression Inventory. Foram realizados 10 encontros semanais, de duas horas de duração com abordagem no vínculo mãe/feto, em temas relacionados à gestante e ao bebê e esclarecimentos de dúvidas das gestantes. Para comparação da saúde mental antes e após intervenção, usou-se o teste do qui-quadrado (chi2), aceitando-se como significante p<0,05. RESULTADOS: Transtornos afetivos foram observados em 45 (43,7%) das gestantes antes da intervenção, e após, em 23 (22,3%). O impacto da intervenção sobre os transtornos afetivos foi estatisticamente significante (p=0,001). Já para a presença de depressão, antes da intervenção 21 (20,4%) gestantes apresentavam depressão, e após, 13 (12,6%), entretanto sem diferenças estatísticas significantes (p=0,133). CONCLUSÕES: A atuação multiprofissional no grupo de gestantes, tanto em adultas como em adolescentes, previne, detecta e trata transtornos afetivos presentes no período gravídico.
OBJECTIVE: To identify non-psychotic affective disorders in pregnant women, to intervene by means of psychoprophylactic groups, and to evaluate possible alterations following intervention. METHODS: One-hundred and three pregnant women (71 adults and 32 adolescents) were seen at a community program in the Paraisópolis neighborhood in the city of Sao Paulo, southeastern Brazil. We used the following instruments: Self Reporting Questionnaire and Beck Depression Inventory. Ten weekly two-hour meetings were held, addressing the link between mother and fetus and subjects related to mother and child, and answering mother's doubts. We used the chi-squared test (chi2) to compare mental health before and after the intervention, with a significance level of p<0.05. RESULTS: Affective disorders were found in 45 pregnant women (43.7%) before the intervention and in 23 (22.3%) after the intervention. The impact of the intervention on affective disorders was statistically significant (p=0.001). Twenty-one women (20.4%) showed depression before the intervention, and 13 (12.6%) after the intervention, a non-significant difference (p=0.133). CONCLUSIONS: Multiprofessional care can prevent, detect, and treat affective disorders during pregnancy in both adults and adolescents.