Objetivo: Descrever a frequência de mitos populares e as características do tratamento em asma em crianças e adolescentes em uma amostra urbana no sul do Brasil. Métodos: Foi aplicado um questionário específico, contendo perguntas sobre entendimento da doença, controle da asma e características do tratamento a pais/responsáveis de escolares da rede pública (8-16 anos de idade) com diagnóstico de asma (n = 127) e de controles saudáveis (n = 124). Resultados: Participaram do estudo 251 pais/responsáveis, com predomínio de mães como acompanhantes dos escolares (n = 127; 68,5%) e de etnia caucasiana (n = 130; 51,8%), com média de idade de 38,47 ± 12,07 anos. Sobre os mitos, 37 (29,1%) dos participantes do grupo asma e 26 (21,0%) dos do grupo controle relataram possuir receio de utilizar medicamentos para asma, e 61 (48%) e 56 (45,2%), respectivamente, acreditam que os inaladores pressurizados podem levar a dependência ao fármaco. No entanto, apenas 17 (13,4%) dos participantes do grupo asma e 17 (13,7%) dos do grupo controle relataram ter receio de utilizar corticoide oral. A ausência de controle da asma foi detectada em 55 (43,3%) dos escolares no grupo asma, apenas 41 (32,3%) possuíam uma receita ou um plano por escrito de como tratar da asma e 38 (29,9%) fazia uso contínuo de medicamentos para a doença. Conclusões: A presença de mitos populares sobre o tratamento da asma, a falta de controle da doença e seu manejo inadequado mostraram ser elevados nesta amostra. Nossos achados apontam para a necessidade de novos estudos nesse campo em países em desenvolvimento e de uma avaliação dos programas de manejo da asma pediátrica na saúde pública.
Objective: To describe the frequency of popular myths about and features of asthma treatment in children and adolescents in an urban area in southern Brazil. Methods: The parents or legal guardians of public school students (8-16 years of age) completed a specific questionnaire regarding their understanding of asthma, asthma control, and treatment characteristics. The sample included parents or legal guardians of students with asthma (n = 127) and healthy controls (n = 124). Results: The study involved 251 parents or legal guardians, of whom 127 (68.5%) were the mothers and 130 (51.8%) were White. The mean age of these participants was 38.47 ± 12.07 years. Of the participants in the asthma and control groups, 37 (29.1%) and 26 (21.0%), respectively, reported being afraid of using asthma medications, whereas 61 (48%) and 56 (45.2%), respectively, believed that using a metered dose inhaler can lead to drug dependence. However, only 17 (13.4%) and 17 (13.7%) of the participants in the asthma and control groups, respectively, reported being afraid of using oral corticosteroids. In the asthma group, 55 students (43.3%) were diagnosed with uncontrolled asthma, only 41 (32.3%) had a prescription or written treatment plan, and 38 (29.9%) used asthma medications regularly. Conclusions: Popular myths about asthma treatment were common in our sample, as were uncontrolled asthma and inappropriate asthma management. Further studies in this field should be conducted in other developing countries, as should evaluations of pediatric asthma treatment programs in public health systems.