Resumo Este estudo teve como objetivo investigar o padrão queilocópico entre gêmeos monozigóticos, (GM), irmãos não gêmeos (NG) e os indivíduos sem herança genética em comum (SHG). A amostra foi composta por 20 pares de gêmeos monozigóticos (G1), 20 pares de irmãos não gêmeos (G2) e 20 pares de indivíduos sem grau de parentesco (G3). Foram avaliadas a espessura, as comissuras e os sulcos labiais, sendo os últimos classificados como: I - linhas verticais completas; I’ - linhas verticais incompletas; II - linhas bifurcadas; III - linhas entrecruzadas; IV - linhas reticulares e V - padrão indeterminado, divididos em 8 regiões labiais (sub-quadrantes). Os dados foram analisados usando estatísticas descritiva e inferencial, com nível de significância de 5,0%. Para avaliar a concordância entre os pares G1, G2 e G3 foram utilizados o Coeficiente de Correlação de Concordância (CCC) e coeficiente Kappa, com intervalos com 95,0% de confiança. Em relação à espessura labial, verificou-se fraca concordância (<0,90) para o grupo total, sendo mais elevada entre os pares G1 (CCC de 0,25 a 0,83 e de 0,34 a 0,86, lábios superior e inferior, respectivamente), seguida de G2 (CCC de -0,03 a 0,70 e de -0,21 a 0,62, lábios superior e inferior, respectivamente) e G3 (CCC de -0,25 a 0,56 e de -0,38 a 0,34, lábios superior e inferior, respectivamente). Para a comissura labial, os valores de concordância Kappa foram 1,00 para G1, 0,45 para G2 e -0,24 para G3. No estudo do tipo sulcular principal por subquadrante, o Kappa variou de 0,48 a 0,87 para G1, 017 a 0,59 para G2 e -0,18 a 0,19 para G3. Gêmeos monozigóticos apresentaram um relevante percentual de coincidências. Semelhanças também estiveram presentes entre os NG, enquanto que os indivíduos SHG apresentaram maiores divergências em comparação com os seus pares, indicando a influência das relações hereditárias sobre as características queiloscópicas herdadas.
Abstract This study aimed to investigate cheiloscopic patterns among monozygotic twins (MT), non-twin siblings (NTS) and unrelated individuals (UI). The sample consisted of 20 pairs of monozygotic twins (G1), 20 pairs of non-twin siblings (G2) and 20 pairs of unrelated individuals (G3). Lip thickness, commissures and grooves were evaluated and the latter were classified as: I - clear-cut vertical grooves; I’ - incomplete vertical grooves; II - branched grooves; III - intersecting; IV - reticular grooves and V - undetermined, in 8 labial regions (sub-quadrants). The data were analyzed using descriptive and inferential statistics, with a 5% significance level. Concordance Correlation Coefficient (CCC) and Kappa coefficient, with a 95% confidence interval, were employed to check for agreement rates between G1, G2 and G3 pairs. There was a weak correlation for lip thickness (<0.90) in the total group, with higher values in G1 (CCC from 0.25 to 0.83 and from 0.34 to 0.86, upper and lower lips, respectively), followed by G2 (CCC from -0.03 to 0.70 and from -0.21 to 0.62, upper and lower lips, respectively) and G3 (CCC from -0.25 to 0.56 and from -0.38 to 0.34, upper and lower lips, respectively). With regard to labial commissures, Kappa statistic values were found to be 1.00 for G1, 0.45 for G2 and -0.24 for G3. As for the main groove pattern by sub-quadrant, Kappa values ranged from 0.48 to 0.87 for G1, from 0.17 to 0.59 for G2, and from -0.18 to 0.19 for G3. Monozygotic twins presented a relevant percentage of cheiloscopic agreements. Similarities were also found among NTS, while UI showed greater differences compared to their pairs, highlighting the influence of hereditary relationships on inherited cheiloscopic features.