A presente pesquisa analisou as causas do índice de rotatividade de médicos e enfermeiros das equipes da Estratégia de Saúde da Família, com no mínimo dois anos de implantação em março de 2006, no Vale do Taquari (RS). É um estudo quanti-qualitativo que identificou 31 equipes em 25 municípios, sendo o índice de rotatividade estabelecido por ano, de 1999 até 2005, e por categoria profissional. Em 1999 e 2000, não houve rotatividade de médicos e enfermeiros. Em 2002, a rotatividade de médicos foi de 5,9%; em 2003, de 32,1%; em 2004, de 25,8% e, em 2005, de 64,5%. Quanto aos enfermeiros, em 2001, a rotatividade foi de 27,3%; em 2002, de 47%; em 2003, de 17,8%; em 2004, de 41,9% e, em 2005, de 22,6%. A análise de conteúdo das entrevistas semiestruturadas realizadas com sete médicos e sete enfermeiros apontou como principais causas de rotatividade a precarização do vínculo de trabalho, a fragmentação da formação, o estilo de gestão autoritário, a ausência de vínculo com a comunidade e más condições de trabalho. Esse contexto revela a necessidade de desencadear mudanças em relação aos vínculos trabalhistas, às condições de trabalho e à formação de trabalhadores e gestores da saúde, buscando a implementação da integralidade nas práticas de saúde.
The research analyzed the causes for turnover rate of doctors and nurses in family health strategy teams with at least two years of implementation on March 2006 in Vale do Taquari, Rio Grande do Sul State. It is a quantitative and qualitative study identifying 31 teams in 25 towns, and the turnover rate was established by year from 1999 to 2005 by professional category. There was no turnover for doctors and nurses in 1999 and 2000. Doctor turnover was 5.9% in 2002; 32.1% in 2003; 25.8% in 2004; and 64.5% in 2005. Regarding nurses, it was 27.7% in 2001; 47% in 2002; 17.8% in 2003; 41.9% in 2004; and 22.6% in 2005. The analysis of semi-structured interviews with 7 doctors and 7 nurses appointed as main causes for turnover: poor work links, fragmented education, authoritarian way of managing, no links with the community, and poor work conditions. Thus, it is necessary to make changes regarding labor links, work conditions, and education for health workers and managers, seeking for the integrality in health practices.