Resumo Durante a era da Restauração, um certo número de milícias populares foi criado por regimes monárquicos na França, na Espanha, em Portugal e em vários Estados italianos. Essas diversas experiências não receberam dos historiadores a mesma atenção que as milícias cívicas implementadas pela Revolução e depois pelas monarquias liberais. Inspiradas por essas últimas, mas também por antecessores mais antigos, essas milícias populares monarquistas serviram para demonstrar a capacidade dos regimes conservadores em mobilizar a população e combater o liberalismo com suas próprias armas. Sua importância foi, assim, tanto simbólica, como demonstração da lealdade e do apoio das massas populares, quanto prática, assegurando forças mais amplas, mais baratas e algumas vezes mais confiáveis do que os exércitos regulares para garantir a ordem e controlar as oposições contestadoras. Seu recrutamento e seus efetivos fornecem, portanto, instrumentos para medir o apoio popular ativo às monarquias tradicionais.
Abstract During the Restoration era, a number of popular militias were created by monarchical regimes, in France, Spain, Portugal and various Italian states. These various experiences have not received the same attention from historians as the civic militias implemented by the Revolution and then by the liberal monarchies. Inspired by the latter but also by older precedents, these royalist popular militias were to demonstrate the ability of conservative regimes to mobilize the people and fight liberalism with its own weapons. Their importance was therefore both symbolic, as a demonstration of the loyalty and support of the popular masses, and practical, providing more extensive, cheaper and sometimes more reliable forces than regular armies to guarantee order and control the contesting oppositions. Their recruitment and manpower thus provide instruments for measuring active popular support for traditional monarchies.