RESUMO Introdução: A angiopatia amiloide cerebral (AAC) é uma desordem vascular causada pela deposição progressiva de peptídeos β-amiloides nas paredes de pequenos e médios vasos corticais e leptomeníngeos. Até a presente data, a epidemiologia da AAC é desconhecida em nossa região. Objetivos: Avaliar a prevalência da AAC em uma população específica de pacientes idosos de um hospital terciário no nordeste brasileiro. Métodos: Estudo transversal, retrospectivo, com seleção de pacientes com idade igual ou superior a 65 anos, acompanhados no serviço de Neurologia do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí, Brasil, e que foram submetidos a exame de ressonância nuclear magnética entre julho de 2016 e junho de 2018. Resultados: Foram recrutados 174 pacientes, dos quais 100 eram mulheres (57,4%) e 74 homens (42,6%), com idades entre 65 e 91 anos (média de 73,27). Nove pacientes foram excluídos devido à indisponibilidade de sequências de ressonância magnética necessárias para uma análise apropriada. Dos 165 pacientes restantes, 12 (7,2%) foram diagnosticados com AAC de acordo com os critérios de Boston modificados. Conclusão: A prevalência da AAC em nosso estudo foi semelhante ao resultado encontrado na literatura médica, com um aumento progressivo relacionado à idade.
ABSTRACT Background: Cerebral amyloid angiopathy (CAA) is a cerebrovascular disorder caused by progressive deposition of β-amyloid peptides in the walls of small and medium-sized cortical and leptomeningeal vessels. Until today, the prevalence of CAA is unknown in our region. Objective: This study aims to analyze the prevalence of this entity in a specific elderly population in a tertiary hospital in Northeastern Brazil. Methods: A cross-sectional, retrospective study with the enrollment of patients aged 65 or older followed in the neurological outpatient service of the Universidade Federal do Piauí, Brazil, who underwent brain magnetic resonance imaging (MRI) from July 2016 to June 2018. Results: One hundred and seventy-four patients were enrolled, of whom 100 were women (57.4%) and 74, men (42.6%), aged from 65 to 91 years old (median age 73.27). Nine patients were excluded from the study due to unavailability of MRI sequences needed for an appropriate analysis. Out of the 165 remaining patients, 12 (7.2%) had established the diagnosis of CAA, according to the modified Boston criteria. Conclusion: The prevalence of CAA in our study was like those of medical literature, with a progressive age-related increase.