Objetivos: conhecer o número e tipo de partos, categoria de internação, ocupação e diagnósticos obstétricos entre adolescentes de 12 a 19 anos no município de Ribeirão Preto, SP, no período de janeiro de 1992 a dezembro de 1996. Métodos: foram analisadas as informações relacionadas à internação, obtidas das folhas de altas hospitalares, no Centro de Processamento de Dados Hospitalares (CPDH). Para processar as informações, foram utilizados o Sistema Epi-Info 6.04a-processador de texto, banco de dados e estatística para epidemiologia, produzido pelo Centers of Disease Control and Prevention (Atlanta, GA, USA) e o Dbase IV. A associação entre as variáveis foi testada pelo chi² com nível de significância de 5%. Os parâmetros analisados foram: tipo e número de partos, categoria de internação, ocupação e diagnósticos obstétricos. Resultados: no período estudado ocorreram 42.969 partos, dentre os quais 7.134 (16,6%) corresponderam aos partos de adolescentes. No decorrer dos anos, houve aumento no número de partos nesta faixa etária, passando de 1.225 partos em 1992 para 1.538 em 1996. Foram relatados partos a partir dos 12 anos, havendo elevação gradual deste número, principalmente depois dos 14 anos, quando houve crescimento de 104,2% para os partos nesta idade, 48,8% aos 15 anos, 36,1% aos 16 anos, 14,0% aos 17 anos, 52,8% aos 18 anos e, praticamente, não houve aumento entre aquelas com 19 anos de idade. Na categoria de internação do sistema único de saúde (SUS) foi registrado o maior número de partos (5.709); na categoria pré-pagamento ocorreram 1.277 partos e na categoria particular registraram-se 148 partos. Com relação à ocupação, 14,1% das pacientes pertenciam à população economicamente ativa e 85,8% estavam fora da população economicamente ativa. A porcentagem de partos normais foi de 59,2%, de partos fórcipe foi 5,6% e cesariana foi de 35,2%. Os diagnósticos obstétricos mais freqüentes foram: problemas do feto ou placenta que afetam a conduta materna (7,9%), desproporção feto-pélvica (6,0%), problemas com cavidade amniótica e membranas (5,0%), hipertensão complicando o parto e puerpério (3,5%) e trabalho de parto prematuro ou falso (3,4%). Conclusão: a maioria dos partos foi normal, ocorrendo com mais freqüência no final da adolescência, principalmente entre aquelas pertencentes à categoria de internação SUS. Houve predomínio de adolescentes não inseridas na população economicamente ativa. Por ocasião da resolução da gestação foram diagnosticadas algumas complicações obstétricas.
Purpose: the objective of the present study was to determine the number and type of deliveries, category of admission to the hospital, occupation and obstetrical diagnosis for adolescents from the municipality of Ribeirão Preto, from January 1992 to December 1996. Methods: the information obtained from hospital discharge forms was analyzed at the Hospital Data Processing Center. The 6.04a-text processor Epi-Info System, a data bank and statistics for epidemiology produced by the Centers of Disease Control and Prevention (Atlanta, GA, USA), and Dbase IV were used to process the information. The association between variables was tested by the chi² test, with the level of significance set at 5%. The analyzed parameters were: number and type of delivery, category of hospital admission, occupation and obstetric diagnosis. Results: a total of 42,969 deliveries occurred during the study period, among which 7,134 (16.6%) corresponded to adolescent deliveries. An increase in the number of deliveries by girls in this age range occurred over the years, from 1,225 in 1992 to 1,538 in 1996. Deliveries were reported starting from 12 years of age, with a gradual increase in this number, especially after 14 years of age, when a 104.2% increase occurred for deliveries at this age, followed by 48.8% at 15 years, 36.1% at 16 years, 14.0% at 17 years, 52.8% at 18 years, and with practically no increase among 19-year-old girls. The highest number of deliveries (5,709) was recorded for the unified health system category of admission, followed by 1,277 deliveries for the prepaid category and 148 deliveries for the private category. With respect to occupation, 14.1% of the patients belonged to the economically active population, while 85.8% did not. Of the total deliveries, 59.2% were normal, 5.6% were forceps deliveries, and 35.2% were cesarean sections. The most frequent obstetrical diagnoses were: problems of fetus or placenta affecting maternal management (7.9%), fetus-pelvis disproportion (6.0%), problems with the amniotic cavity and membranes (5.0%), hypertension complicating delivery and puerperium (3.5%), and premature or false labor (3.4%). Conclusions: most deliveries were normal and occurred more frequently at the end of adolescence, especially among girls belonging to the unified health system. There was a predominance of adolescents not belonging to the economically active population. Some obstetrical complications were diagnosed at the time of resolution of pregnancy.