FUNDAMENTAÇÃO: Algumas variáveis da aptidão física são marcadamente influenciadas pelas fases do ciclo menstrual (CM); contudo, há pouca informação sobre eventuais modificações na flexibilidade. OBJETIVO: Analisar o comportamento da flexibilidade corporal - global, por articulação e por movimento - em mulheres adultas jovens nas diferentes fases do CM. MÉTODOS: Estudou-se uma amostra de 15 mulheres. O grupo experimental (GE) foi constituído de alunas eumenorréicas, enquanto o grupo controle (GC) incluía alunas em uso regular havia pelo menos um mês de anticoncepcional oral (AO). Dados referentes ao período menstrual e ao uso de AO foram obtidos através da aplicação de um questionário. A flexibilidade foi avaliada pelo Flexiteste, permitindo uma análise da flexibilidade global (Flexíndice), por articulação, por movimento e em sua variabilidade. Os Flexíndices foram ainda comparados com os correspondentes percentis para gênero e idade. Para a análise estatística das três medidas do GE - fases folicular, ovulatória e lútea - e das duas do GC entre dias cinco e 26 do ciclo, utilizou-se ANOVA ou teste t conforme apropriado. RESULTADOS: Não houve diferenças na flexibilidade, movimento a movimento ou Flexíndice nas diferentes fases do CM no GE e nas duas medidas do GC (p > 0,05). O percentil do Flexíndice para o GC variou de 14 a 35 e no GE, de 14 a 80. Analisando as articulações e os índices de variabilidade, não foram encontradas diferenças significativas com as fases do CM (p > 0,05), com a exceção do índice de variabilidade distal-proximal entre as fases ovulatória e folicular no GE. CONCLUSÃO: Os dados obtidos não corroboram a impressão empírica de que a flexibilidade varia durante as fases do CM. Não se pode, contudo, afastar a hipótese de que a ausência de variações tenha ocorrido devido a alguma característica da amostra ou por limitações do Flexiteste em identificar mínimas variações, sendo necessária a realização de outros estudos.
BACKGROUND: Some physical components are markedly influenced by the different phases of menstrual cycle (MC); however, there is little information about changes in flexibility. OBJECTIVES: To analyze the behavior of corporal flexibility - global, per joints and per movements - in adult young women during different phases of the MC. METHODS: A sample of 15 women was studied. The experimental group (EG) included students with regular MC, and the control group (CG) had students that had been taking oral contraceptives (OC) for at least one month. Data concerning the MC and OC use were acquired by questionnaire. The flexibility was evaluated by Flexitest, allowing a global analysis of flexibility (Flexindex), per joints, per movements and its variability. The Flexindices were compared with corresponding percentiles as to gender and age. For the statistical analysis in three phases of the EG - follicular, ovulatory and luteal - and the CG in two different moments - between the days 5 and 26 of the MC, ANOVA and T-test were used as appropriate. RESULTS: There were no significant differences in flexibility, per movements or Flexindex during the phases of MC in the EG or in the CG (p > 0.05). The Flexindex percentiles ranged from 14 to 35 for the CG, and from 14 to 80 for the EG. No significant differences between the joints and the variability indices during the MC were observed (p > 0.05), except for the distal-proximal variability indices between the follicular and ovulatory phases on the EG. CONCLUSION: These data do not corroborate the empirical impression that flexibility changes during MC phases. However, it is possible that the lack of variation could have occurred due to some sample characteristics or to Flexitest limitations in identifying small changes, which poses the need for other studies.