Considerando que a lógica da investigação histórica assenta-se no desenvolvimento da pesquisa empírica, este trabalho discorre sobre desafios na construção de história local sobre a epidemia de gripe espanhola em Botucatu (São Paulo), diante de acervos dispersos, fragmentados, sem tratamento arquivístico e com materialidade comprometida. Discute os lugares produtores da memória e como a seleção e a articulação do passado refletem o que se pretende preservar em torno de discursos e representações locais pelos aparelhos de poder. Flagra, nesse jogo dialético entre o passado que não cessou, mas que se presentifica no poder dos arquivos e da memória coletiva, as forças sociais que atuaram na assistência institucionalizada em Botucatu, desconstruindo mitos de origem, contextualizando singularidades, historicizando iniquidades e capturando representações e expectativas sobre a ordem da cidade e a saúde do corpo, nesse espaço-tempo.
Considering that the logic of historical investigation is grounded on the development of empirical research, this study approaches challenges in the construction of local history about the spanish flu pandemic in the city of Botucatu, State of São Paulo, in view of scattered and fragmented collections without archival care and with damaged materiality. The study discusses memory-producing places and shows how the selection and articulation of the past reflect what one intends to preserve around local discourses and representations by power apparatuses. It captures, in a dialectic game involving the past that has not ceased to exist and is brought to the present in the power of archives and collective memory, the social forces that acted in institutionalized care at Botucatu. Thus, it deconstructs origin myths, contextualizes singularities, historicizes inequities, and captures representations and expectations about the city’s order and the body’s health, in this space-time.
Considerando que la lógica de la investigación histórica se asienta en el desarrollo de la investigación empírica, este trabajo trata sobre desafíos en la construcción de la historia local sobre la epidemia de gripe española en Botucatu - São Paulo-, ante acervos dispersos, fragmentados, sin tratamiento archivístico y con materialidad comprometida. Discute los lugares productores de la memoria y cómo la selección y la articulación del pasado reflejan lo que se pretende preservar alrededor de discursos y representaciones locales por los aparatos de poder. Pone en evidencia, en este juego dialéctico en el paso que no cesó, pero que se hace presente en el poder de los archivos y de la memoria colectiva, las fuerzas sociales que actuaron en la asistencia institucionalizada en Botucatu – Estado de São Paulo, deconstruyendo mitos de origen, contextualizando singularidades, registrando históricamente iniquidades y capturando representaciones y expectativas sobre el orden de la ciudad y la salud del cuerpo, en ese espacio-tiempo.