Resumo A família tem passado por diversas transformações ao longo do tempo. Hoje, é possível ver diferentes configurações familiares, incluindo, além da família nuclear, tios, avós, padrinhos e mesmo amigos. Esses grupos caracterizam-se por relações de influência recíproca, direta, intensa e duradoura, interiorizadas por seus membros. No trabalho em saúde, especialmente na área de Saúde da Criança, encontram-se trabalhadores, pacientes e famílias. Este estudo buscou, portanto, investigar se os profissionais de saúde identificam implicações das diferentes configurações familiares em seu trabalho. A pesquisa, qualitativa de cunho exploratório, foi realizada na internação pediátrica de um hospital universitário. Os participantes, selecionados por conveniência, foram profissionais das oito formações de nível superior atuantes na unidade: médico, psicólogo, fisioterapeuta, assistente social, farmacêutico, educador físico, nutricionista e enfermeiro. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e interpretados através da análise de conteúdo. Os resultados foram agregados em quatro categorias: "O conceito de família", "A função da família", "A configuração familiar mais frequente" e "Implicações para o trabalho em saúde". Identificou-se que os trabalhadores reconhecem a presença de diferentes arranjos familiares e sofrem quando identificam demandas que vão além do trabalho prescrito, como exercer as funções materna e paterna.
Abstract The family has gone through several transformations over time. Today one can see different family configurations, including uncles, grandparents, godparents. These groups are characterized by relations of mutual, direct, intense and lasting influence, which are internalized by its members. In healthcare, especially in the area of child health, there is an encounter of workers, patients and families. This study aimed, therefore, to investigate whether health professionals identify effects of different family configurations on their work. The research, qualitative and of exploratory nature, was conducted in the pediatric unit of a university hospital. The participants, selected by convenience, were professionals of the eight formations active in the higher level unit: physician, psychologist, physiotherapist, social worker, pharmacist, physical educator, dietitian and nurse. Data were collected through semistructured interviews and interpreted through content analysis. The results were aggregated into four categories: "The concept of family", "The role of the family", "Most frequent Family configuration" and "Implications for health work". We noticed that workers recognize the presence of different family arrangements and suffer when identify demands that go beyond the prescribed work, such as exercising the maternal and paternal functions.