RESUMO: O objetivo deste estudo foi comparar o acesso do nervo maxilar pela abordagem subzigomática (SBZ) com a abordagem pelo forame infraorbitário (IO) em peças anatômicas de gatos utilizando o corante azul de metileno. Um segundo objetivo foi comparar a acurácia na coloração do nervo maxilar com o azul de metileno entre diferentes anestesistas que não receberam treinamento prévio. Este estudo foi prospectivo, randomizado, cego, realizado em 40 peças anatômicas de cabeças de gatos. Três veterinários (A, B e C), sem experiência prévia da abordagem IO, realizaram o experimento. A abordagem SBZ foi aleatoriamente realizada em um dos lados da cabeça e a abordagem IO foi realizada no lado contralateral da mesma peça anatômica. Para cada abordagem, utilizou-se 0,2mL do corante azul de metileno 1%. Classificou-se o escore de coloração baseado no comprimento do nervo maxilar corado pelo azul de metileno conforme a escala: 0 (falha da técnica), sem coloração; 1 (moderado), <6mm de coloração do nervo maxilar; 2 (ideal), ≥6mm de coloração do nervo maxilar. As medianas (intervalo interquartil) para as abordagens SBZ e IO (dados de todos os veterinários juntos) foram respectivamente 2,0 (0,3-2,0) e 1,0 (0,0-2,0). A abordagem SBZ foi associada a um escore de coloração, significativamente, maior do que a abordagem IO (P=0,016). Considerando os escores de ambas abordagens (SBZ e IO), houve diferença significativa nos escores de coloração do nervo maxilar entre os três veterinários anestesistas (P=0,002). Os resultados deste estudo não sustentam a utilização da abordagem IO para a realização do bloqueio maxilar em gatos. Uma melhor acurácia na coloração do nervo maxilar com o azul de metileno foi observada com a abordagem SBZ. A acurácia da técnica pode variar quando as abordagens SBZ e IO são realizadas por veterinários diferentes, com o objetivo de se obter o bloqueio do nervo maxilar.
ABSTRACT: This study compared the accuracy of dye placement on the maxillary nerve by using the percutaneous subzigomatic (SBZ) and infraorbitary (IO) approaches in cats’ cadavers. A second aim was to compare the accuracy of dye placement on the maxillary nerve between different untrained anesthetists. This was a prospective, randomized, blinded study, performed in 40 heads obtained from feline cadavers. Three veterinarians (A, B and C) with no previous experience with the IO approach performed the experiments. The SBZ approach was randomly performed on one side of the head and the IO approach was performed in the contralateral side of the same head. For each approach, 0.2ml of 1% methylene blue dye was injected. Scores for length of nerve staining were as follows: 0 (failure), no staining; 1 (moderate), <6mm of nerve stained; and 2 (ideal), ≥6mm of nerve stained. Median scores (interquartile range) for the SBZ and IO approaches were 2.0 (0.3-2.0) and 1.0 (0.0-2.0), respectively. Scores for length of nerve staining were higher with the SBZ approach than the IO approach (P=0.016). Considering the scores for both the SBZ and IO approaches, there was a significant difference among the three veterinarians (P=0.002). Results of this study do not support the IO approach to perform a maxillary nerve block in cats. A greater accuracy of methylene blue dye placement was observed with the SBZ approach. A variable accuracy may exist between different veterinarians when performing a maxillary nerve block employing the SBZ and IO techniques in cats.