La nefropatía IgA es frecuente en Uruguay y su tratamiento conflictivo. Objetivo: analizar la incidencia, presentación clínica, histología, tratamiento y evolución de la nefropatía IgA en Uruguay. Material y método: se realizó un análisis retrospectivo de datos del Registro Uruguayo de Glomerulopatías (RUG) e historias clínicas con estricta confidencialidad; se registró edad, sexo, fecha de biopsia renal, presentación clínica, presión arterial (PA), proteinuria, hematuria y creatininemia (al inicio y en última evolución registrada), histología, tratamientos y evolución. Análisis estadístico uni y multivariado. Aprobado por el Comité de Ética del Hospital de Clínicas. Resultados: se estudiaron 341 pacientes con nefropatía IgA, confirmada por histología, en el período comprendido entre el 1º de enero de 1985 y el 31 de diciembre de 2009; 65% hombres, edad media 31 ± 13 años y mediana de seguimiento de 52 meses (1-271); 14% ingresaron a diálisis y 1,2% fallecieron. La presentación clínica más frecuente fue con alteraciones urinarias asintomáticas (AUA) (42%), (mayor en el período 2000-2009, chi2 p < 0,05). Al inicio, la proteinuria era 1,7 ± 1,9 g/l; creatininemia 1,6 ± 1,8 mg/dl, y 32% tenían PA ≥ 140/90 mmHg. Se observaron semilunas en 48%. Recibieron inhibidores de la enzima convertidora de angiotensina/antagonistas de los receptores de la angiotensina II (IECA/ARAII) 56% e inmunosupresores, 52%. La PA disminuyó significativamente en la evolución. En el análisis univariado, la creatininemia inicial fue ≥ 2,5 mg/dl, proteinuria, semilunas y proliferación endocapilar se asociaron a ingreso a diálisis o fallecimiento, pero en el análisis multivariado (regresión de Cox) solo fue significativo el nivel de creatininemia. Conclusiones: la presentación clínica de nefropatía IgA ha cambiado en la última década, siendo más frecuente las AUA. La creatininemia ≥ 2,5 mg/dl se asocia a peor supervivencia renal, probable “punto de no retorno”.
Resumo A nefropatia IgA é frequente no Uruguai e seu tratamento conflitivo. Objetivo: analisar a incidência, apresentação clínica, histologia, tratamento e evolução da nefropatia IgA no Uruguai. Material e método: uma análise retrospectiva dos dados do Registro Uruguaio de Glomerulopatias (RUG) e prontuários médicos com absoluta confidencialidade foi realizada; foram registrados idade, sexo, data da biopsia renal, apresentação clínica, pressão arterial (PA), proteinúria, hematúria e creatininemia (no inicio e na última evolução registrada), histologia, tratamentos e evolução. Análise estatística uni e multivariada. Aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital das Clínicas. Resultados: foram estudados 341 pacientes com nefropatia IgA, confirmada por histologia, no período 1º de janeiro de 1985 - 31 de dezembro de 2009; 65% eram homens, idade média 31 ± 13 anos e mediana de seguimento de 52 meses (1-271); 14% ingressaram a diálise e 1,2% faleceu. A apresentação clínica mais frequente foi presença de alterações urinárias assintomáticas (AUA) (42%), (maior no período 2000-2009, chi2 p < 0,05). No inicio, a proteinuria era 1,7 ± 1,9 g/l; creatininemia 1,6 ± 1,8 mg/dl, e 32% apresentaram PA ≥ 140/90 mmHg. Foram observadas crescentes celulares em 48%. Receberam inibidores da enzima conversora da angiotensina/antagonistas dos receptores da angiotensina (IECA/ ARA) 56% e imunossupressores, 52%. A PA diminuiu significativamente na evolução. Na análise univariada, a creatininemia inicial foi ≥2,5 mg/dl, proteinúria, crescentes celulares e proliferação endocapilar estavam associados ao ingresso à diálise e ao falecimento, porém na análise multivariada (regressão de Cox) somente o nível de creatininemia foi significativo. Conclusões: a apresentação clínica da nefropatía IgA mostrou mudanças na última década, sendo mais frequente as AUA. A creatininemia ≥ 2,5 mg/dl está associada a pior supervivência renal, provável “ponto de não retorno”.
Abstract IgA nephropathy is a frequent condition in Uruguay and treating it is controversial. Objective: to analyse incidence, clinical presentation, histology, treatment and evolution of nephropathy in Uruguay. Method: we conducted a retrospective study of data kept at the Uruguayan Registry of Glomerulopathies and medical records under strict confidentiality. Age, sex, date of the kidney biopsy, clinical presentation, blood pressure, proteinuria, hematuria and creatininemia (initial and in the last evolution recorded), histology, treatment and evolution were registered. Single-variate and multivariate statistic analysis were applied. The study was approved by the Ethics Committee of the Clínicas University Hospital. Results: Three hundred and forty one patients with IgA nephropathy - confirmed with histopathology analysis - were studied. Sixty five per cent were men, average age was 31 ± 13 year old and follow-up median 52 months (1-271); 14% started with dialysis and 1.2% died. The most common clinical presentation was asymptomatic urinary alterations (42%), (and this was more evident in the 2000-2009 period, chi2 p < 0.05). At the beginning, proteinuria was 1.7 ± 1.9 g/l; creatininemia 1.6 ± 1.8 mg/dl, and blood pressure was PA ≥ 140/90 mmHg in 32% of patients. Crescent formations were observed in 48%. Fifty six per cent of them received angiotensin-converting enzyme (ACE) / angiotensin receptor blockers and 52% of patients received immunosuppressants. Blood pressure significantly dropped in the evolution. In the single-variate analysis, initial creatininemia was ≥ 2.5 mg/dl, proteinuria, crescent formations and endocapillary proliferation were associated to starting dialysis or death, although in the multivariate analysis (Cox regression) only the level of creatininemia was significant. Conclusions: the clinical presentation of IgA nephropathy has changed in the past decade, being the asymtomatic urinary alterations the most frequent. Creatininemia ≥ 2.5 mg/dl is associated to a worse renal survival, probably the “point of no return”.