ABSTRACT Objective Sexually transmitted infections (STIs) disproportionately affect transgender women and travestis (TGW), who often lack access to healthcare due to stigma and discrimination. We describe the approach and methodology of a study investigating the prevalence of syphilis, HIV, hepatitis A, B, and C, Neisseria gonorrhoeae (NG), Chlamydia trachomatis (CT), and human papillomavirus (HPV) among TGW, as well as their knowledge and perceptions regarding syphilis, to better inform policies to curb STIs among this vulnerable population. Methods: TransOdara was a multicentric, cross-sectional study conducted among TGW in five capital cities from major Brazilian regions between December 2019 and July 2021. Self-identified transgender women and travestis aged >18 years were recruited using respondent-driven sampling after a qualitative formative phase, completed an interviewer-led questionnaire, were offered a physical examination, and were also asked to provide samples from multiple sites to detect various STIs, starting vaccination and treatment when indicated. Results: A total of 1,317 participants were recruited from the five study locations: Campo Grande (n=181, 13.7%), Manaus (n=340, 25.8%), Porto Alegre (n=192, 14.6%), Salvador (n=201, 15.3%), and São Paulo (n=403, 30.6%). The recruitment period varied at each study location due to logistic constraints imposed by the COVID-19 pandemic. Conclusion: Despite the enormous challenges posed by the co-occurrence of the COVID-19 pandemic and field work targeting a vulnerable, elusive, and scattered population, the TransOdara project has been effectively implemented. Caveats did not preclude 1,300 TGW from being interviewed and tested, amid a significant epidemic that disrupted health services and research projects in Brazil and worldwide.
RESUMO Objetivo As infecções sexualmente transmissíveis (IST) afetam desproporcionalmente as mulheres trans e travestis (MTT), que muitas vezes não têm acesso a cuidados de saúde devido ao estigma e à discriminação. Descrevemos a abordagem e a metodologia de um estudo que investigou a prevalência de sífilis, HIV, hepatite A, B e C, Neisseria gonorrhoeae (NG), Chlamydia trachomatis (CT) e papilomavírus humano (HPV) entre as MTT, bem como seu conhecimento e percepção sobre a sífilis, para melhor as políticas para redução de IST nessa população vulnerável. Métodos: TransOdara foi um estudo multicêntrico, transversal, realizado em cinco capitais das principais regiões brasileiras entre dezembro de 2019 e julho de 2021. Mulheres autoidentificadas como mulheres trans ou travestis, com idade >18 anos, foram recrutadas usando respondent-driven sampling, após uma fase de pesquisa formativa. Responderam a um questionário conduzido por entrevistadoras. Foi oferecida consulta médica, com exame físico, e solicitou-se que fornecessem amostras de vários locais para detectar as IST citadas. Quando indicado e consentido, foram iniciadas a vacinação e o tratamento. Resultados: Foram recrutadas 1.317 participantes nos cinco locais de estudo: Campo Grande (n=181, 13,7%), Manaus (n=340, 25,8%), Porto Alegre (n=192, 14,6%), Salvador (n= =201, 15,3%) e São Paulo (n=403, 30,6%). O período de recrutamento variou em cada local em razão de restrições logísticas impostas pela pandemia de COVID-19. Conclusão: Apesar dos enormes desafios colocados pela ocorrência simultânea da pandemia da COVID-19 e do trabalho de campo dirigido a uma população vulnerabilizada e dispersa, o projeto TransOdara foi eficazmente implementado. As adversidades não impediram que mais de 1.300 mulheres trans e travestis tenham sido entrevistadas e testadas em meio a uma epidemia de tal magnitude que perturbou os serviços de saúde e os projetos de pesquisa no Brasil e no mundo.