OBJETIVO: Descrever o perfil de usuários de drogas injetáveis vivendo com HIV/Aids e estimar a prevalência de hepatites B e C nesse grupo. MÉTODOS: Estudo transversal realizado com 205 pessoas vivendo com HIV/Aids, usuários de drogas injetáveis em acompanhamento em três unidades de atendimento da rede pública do Município de São Paulo, em 2003. Foi selecionada amostra não-probabilística, obtida de forma consecutiva e voluntária, nos dias em que compareciam para consulta nas unidades de atendimento. Por meio de entrevistas, foram levantados dados pessoais e informações sobre comportamento sexual, uso de drogas e conhecimento de hepatites. Foram realizados testes para detecção da infecção pelos vírus das hepatites B e C. RESULTADOS: Dos entrevistados, 81% eram homens e 19% mulheres, com idade média de 39 anos (dp=6,1) e seis anos de educação formal (dp=2,0). Não havia diferença em relação ao estado marital entre os sexos, 48% eram solteiros, 42% casados e 8% divorciados. A idade média do primeiro uso de tabaco, álcool e drogas ilícitas foi 13, 15 e 18 anos, respectivamente. Prevalências de hepatites B e C foram, respectivamente, de 55% (IC 95%: 49;63) e 83% (IC 95%: 78;88). Antes de usar droga injetável pela primeira vez, 80% dos respondentes não tinham ouvido falar de hepatites B e C. CONCLUSÕES: A alta prevalência de hepatites B e C e o baixo nível de conhecimento sobre a doença justificam a inclusão de esclarecimentos sobre as infecções hepáticas e de vacinação contra hepatite B nas estratégias de redução de danos pelo HIV.
OBJECTIVE: To describe the profile of injecting drug users living with HIV/AIDS and estimate hepatitis B and hepatitis C prevalence rates within this group. METHODS: Cross-sectional study conducted with 205 injecting drug users living with HIV/AIDS receiving attention in three public health clinics in the city of Sao Paulo, in 2003. A non-probabilistic sample of volunteers was selected consecutively on the days respondents appeared for their appointments at the clinics. Personal data and information on sexual behavior, drug use and knowledge of hepatitis was collected through interviews. Tests were conducted to detect infections of the hepatitis B and C viruses. RESULTS: Out of the interviewees, 81% were men and 19% women, with an average age of 39 (SD = 6.1) and six years of formal education (SD = 2.0). There was no difference in marital status between the sexes, of which 48% were single, 42% were married, and 8% were divorced. The average ages for first use of tobacco, alcohol and illegal drugs were 13, 15 and 18, respectively. Hepatitis B and C prevalence were 55% (95% CI: 49;63) and 83%(95% CI: 78;88), respectively. Eighty percent of respondents had not heard of Hepatitis B and C prior to the first time they used injecting drugs. CONCLUSIONS: The high prevalence rates of Hepatitis B and C and low level of knowledge regarding the diseases justify the inclusion of information about hepatitis infections and the hepatitis B vaccines in HIV harm reduction strategies.