Resumo Objetivo: comparar o risco nutricional de pacientes adultos submetidos a quimio e radioterapia no início, no meio e ao término do tratamento oncológico. Método: estudo prospectivo e comparativo conduzido com 83 pacientes adultos de um centro de tratamento oncológico, sendo 44 sujeitos sob quimioterapia (grupo QTx) e 39 sob radioterapia (grupo RTx). O risco nutricional foi determinado pelo questionário NRS-2002 no início, ao meio e ao término da terapia. A análise estatística foi feita com o software Statistica 8.0. Resultados: não houve diferença no padrão de ingestão alimentar e no IMC (24,6±4,8 vs. 25±5,9 kg/m²; p=0,75) nos grupos QTx e RTx, respectivamente. Perda de peso nos 3 meses precedentes ocorreu em 56,8% dos pacientes sob quimioterapia e em 38,5% daqueles sob radioterapia (p=0,09). Os pacientes do grupo QTx apresentaram maior porcentagem de perda de peso em relação ao habitual em 3 meses (11,4±6,5 vs. 3,9±6,8%; p<0,001). No início do tratamento, houve alta taxa de risco nutricional moderado (18,2 vs. 15,4%; p=0,73) e grave (61,4 vs. 48,7%; p=0,25), sem diferença estatística entre os grupos QTx e RTx, respectivamente. No meio do tratamento, o risco nutricional foi mantido em ambos os grupos. Ao término da terapia, mais da metade dos pacientes apresentava risco nutricional moderado (18,2 vs. 12,8%; p=0,50) ou grave (50 vs. 51,3%; p=0,91), independentemente da modalidade de tratamento oncológico. Conclusão: a alta prevalência de risco nutricional moderado ou grave no início do tratamento aponta para a necessidade de abordagem nutricional precoce e permanente durante a terapia oncológica.
Summary Objective: To compare nutritional risk in adult patients undergoing chemotherapy and radiotherapy in the beginning, middle, and end of oncologic treatment. Method: This prospective, comparative study included 83 adult patients, 44 undergoing chemotherapy (CT group) and 39 undergoing radiotherapy (RT group) at an oncology treatment center. Nutritional risk was determined by NRS-2002 in the beginning, middle, and end of therapy. Statistical analysis was performed using Statistica 8.0 software. Results: No differences in food intake or body mass index were observed between the CT (24.6±4.8 kg/m²) and RT groups (25.0±5.9 kg/m², p=0.75). Weight loss in the preceding 3 months was detected in 56.8% of CT group and 38.5% of RT group (p=0.09). The weight loss percentage compared with the usual weight within 3 months was greater (p<0.001) in the CT (11.4±6.5%) than in the RT group (3.9±6.8%). In the beginning of treatment, we observed high percentages of patients at moderate (18.2 vs. 15.4%, p=0.73) and high nutritional risk (61.4 vs. 48.7%, p=0.25), with no statistical difference between the CT and RT groups, respectively. During therapy, the nutritional risk remained unaltered in both groups. In the end of therapy, the majority of patients were at moderate (18.2 vs. 12.8%, p=0.50) or severe nutritional risk (50.0 vs. 51.3%, p=0.91), in the CT and RT groups, respectively, regardless of the type of oncologic treatment. Conclusion: The high prevalence of patients at moderate or high nutritional risk in the beginning of treatment indicates the need for an early and continuous follow-up of the nutritional status of patients undergoing oncologic treatment.