OBJETIVOS: Descrever o perfil de adolescentes quanto ao apoio social e familiar, ao uso de drogas e os conhecimentos, as práticas e atitudes relacionadas à Aids e sua prevenção. MÉTODOS: Foram estudados 275 jovens internos, do sexo masculino, de um centro de internação da Fundação Estadual do Bem Estar do Menor (Febem), em São Paulo, SP. A pesquisa foi feita em duas fases: a primeira por meio de entrevistas semi-estruturadas com 20 internos; a segunda, com questionários para auto-respostas aplicados aos 275 internos, com perguntas fechadas referentes a características sociodemográficas, criminalidade, práticas sexuais, uso de drogas, conhecimento, atitudes e práticas relativas à Aids. RESULTADOS: Do total estudado, 90% dos jovens internos residiam com suas famílias antes da internação; todos haviam estudado em escolas públicas, ainda que 61% já houvessem abandonado os estudos; 12% já haviam usado drogas; e 5,5% eram usuários de drogas intravenosas. A maioria (98%) era sexualmente ativa; 35% haviam tido mais de 15 parceiras(os) sexuais ao longo da vida; 8% haviam tido experiências homossexuais (dentro ou fora da Febem); 12% já haviam trocado sexo por benefícios materiais; e 22% já eram pais. Muitos dos adolescentes afirmaram que adquirir o HIV "é parte da vida" e que suas vidas apresentam riscos piores, como sobreviver na criminalidade. Acreditam que o preservativo é frágil (83%) e atrapalha a relação sexual (58%); 72% já haviam utilizado preservativo, mas apenas 9% o utilizavam sempre. CONCLUSÕES: Os adolescentes apresentaram um elevado risco de aquisição do HIV. Assim, torna-se necessário integrar a prevenção da Aids em sua problemática de vida e em temas como racismo, esperança pelo futuro, criminalidade, uso de drogas, direitos fundamentais, incluídos nestes os referentes ao sexo e à reprodução, mostrando existir alternativas a adquirir o HIV ou morrer na criminalidade.
OBJECTIVES: To describe social and family support, drug use, and knowledge, practices and attitudes related to AIDS and its prevention among male teenagers. METHODS: Participants were 275 male teenagers interned in a youth detention center (FEBEM - State Foundation for Juvenile Well-Being) in São Paulo, Brazil. There were two segments. In segment 1, semi-structured interviews with 20 detainees took place. In segment 2, close-end self-administered questionnaires covering sociodemographic data, criminal records, sexual practices, drug use, attitudes, knowledge and AIDS-related practices were applied. RESULTS: Ninety percent of the detainees lived previously with their families. All of them had attended public schools, although 61% had already dropped out. Twelve percent had never used drugs, and 5.5% were intravenous drug users. Most (98%) were sexually active; 35% had had more than 15 sexual partners, 8% had homosexual experiences (inside or outside the center), 12% had exchanged sex for material return and 22% were fathers. Many said that getting HIV infected "that's life " and that they face greater risks in their lives, such as surviving on the streets. They think condoms are easily broken (83%) and interfere with sex (58%); 72% had used condoms but only 9% used them with all their partners. CONCLUSIONS: These teenagers have a very high risk of HIV infection. It is necessary to integrate AIDS prevention programs to their life ills and related problems such as racism, expectations for the future, criminality, drug use, basic rights including sexual and reproductive rights, and show them there are alternatives other than exposing themselves to HIV infection or dying as criminals.