Nos estudos sobre o poder americano, um aspecto parece fundamental: a construção da liderança dos Estados Unidos, que se expressa, dentre outras formas, por meio da criação e manutenção de instituições internacionais capazes de estabelecer um ambiente favorável ao exercício desse poder nas relações internacionais do século XX. Para compreender esse aspecto o uso do conceito de hegemonia é essencial. Nesse sentido, o presente ensaio tem como propósito examinar três interpretações distintas sobre a política externa dos Estados Unidos e verificar como utilizaram esse conceito em suas análises. As interpretações foram elaboradas por Joseph Nye Jr. e Immanuel Wallerstein, nos Estados Unidos, e por Cristina Soreanu Pecequilo, no Brasil. Especificamente, o ensaio pretende mostrar: (i) como interpretam o poder americano e (ii) como utilizam o termo "hegemonia" para explicar esse poder no século XX. As três análises refletem perspectivas teóricas distintas a partir das quais o poder americano é examinado. Elas inscrevem-se, também, na significativa produção bibliográfica recente a respeito do comportamento e das estratégias internacionais dos Estados Unidos e suas implicações para a política internacional contemporânea.
In studies of US power, one fundamental aspect comes to the forefront: the construction of US leadership, expressed, among other things, through the creation and maintenance of international institutions that are able to establish an environment favorable for the exercise of this power during the 20th century. For our understanding of these processes, the concept of hegemony becomes essential. In this regard, the present essay attempts to examine three distinct interpretations of US foreign policy and inquire into how each one approaches the issue. We look at interpretations provided by Joseph Nye Jr. and Immanuel Wallerstein, in the United States, and by Cristina Soreanu Pecequilo, in Brasil. In particular, we intend to show: (i) how each interprets American power and (ii) how the term "hegemony" has been used to explain this power in the 20th century. The three interpretations reflect distinct theoretical perspectives that have been applied to the analysis of American power. They are also inscribed within the production of a significant recent literature on US behavior and international strategy and the implications the latter have for contemporary international politics.
Dans les études sur le pouvoir américain, un aspect semble fondamental: la construction de la primauté des Etats-Unis, qui s'exprime, parmi d'autres formes, par la création et l'entretien des institutions internationales capables d'établir un milieu favorable à l'exercice de ce pouvoir dans les relations internationales du XX siècle. Pour comprendre cet aspect, l'utilisation du concept d'hégémonie est essentiel. Dans ce sens, cet analyse a pour objectif d'examiner trois interprétations distinguées sur la politique extérieure des Etats-Unis et vérifier comment on a abordé cet aspect. Les interprétations ont été élaborées par Joseph Nye Jr et Immanuel Wallerstein, aux Etats-Unis et par Cristina Soreanu Pecequilo, au Brésil. Spécifiquement, l'article a l'intention de montrer: (i) comment on interprète le pouvoir américain et (ii) comment on utilise le terme « hégémonie » pour expliquer ce pouvoir dans le XX siècle. Les trois analyses reflètent des perspectives théoriques distinguées, à partir desquelles le pouvoir américain est examiné. Elles s'inscrivent, aussi, dans l'importante production bibliographique récente sur le comportement et les stratégies internationales des Etats-Unis et leurs implications dans la politique internationale contemporaine.