Resumo: O estudo teve como objetivo investigar se a exposição intrauterina a antidepressivos (ADs) aumenta o risco de transtornos do espectro autista (TEA), transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), esquizofrenia e outros transtornos mentais e déficits cognitivos e de desenvolvimento em lactentes e pré-escolares. Foram realizadas buscas nas bases PubMed, EMBASE e BIREME/BVS para identificar estudos sobre associações entre o uso de ADs durante a gestação e transtornos de neurodesenvolvimento e psiquiátricos. Vinte estudos trataram de riscos de TEA e/ou TDAH, enquanto 30 focaram em déficits cognitivos e de desenvolvimento em lactentes ou pré-escolares. A maioria dos estudos não detectou associação entre AD na gestação e TEA, depois de ajustar as razões de risco para depressão ou outros transtornos psiquiátricos maternos. Alguns estudos mostraram que a depressão materna, quer tratada ou não, aumenta o risco de TEA. Sete entre oito estudos não detectaram aumento de risco de TDAH associado à exposição intrauterina a inibidores seletivos da recaptação da serotonina, o AD mais comumente utilizado. Não foram encontradas evidências consistentes entre o uso de AD na gestação e déficits de desenvolvimento neurocognitivo em lactentes ou pré-escolares. Em quase todos os estudos, permaneceu um confundimento residual por indicação (gravidade da depressão). A revisão sistemática não encontrou evidências consistentes de que os ADs na gestação aumentassem o risco de TEA, TDAH ou déficits de desenvolvimento neurocognitivo. Entretanto, alguns estudos evidenciaram que a depressão materna aumenta o risco de TEA.
Abstract: This study investigated whether antenatal exposure to antidepressants (ADs) increases the risks of autism spectrum disorders (ASD), attention deficit/hyperactivity disorders (ADHD), schizophrenia and other mental illnesses, and cognitive and developmental deficits in infants or preschool children. PubMed, EMBASE, BIREME/BVS databases were searched to identify studies examining associations of ADs in pregnancy with neurodevelopmental and psychiatric disorders. Twenty studies addressed ASD and/or ADHD risks while 30 focused on developmental and cognitive deficits in infants or preschool children. Most studies detected no association of antenatal AD with ASD after adjustment of risk ratios for maternal depression or psychiatric disorders. Some studies showed that maternal depression, regardless of whether it is treated or untreated, increased ASD risks. Seven out of 8 studies found no increase in ADHD risk associated with antenatal exposure to selective serotonin reuptake inhibitors, the most commonly used AD. No consistent evidence was found linking AD in pregnancy to neurocognitive developmental deficits in infants or preschool children. A residual confounding by indication (depression severity) remained in almost all studies. This systematic review found no consistent evidence suggesting that ADs in pregnancy increase risks of ASD, ADHD, and neurocognitive development deficits. Some studies, however, found evidence that maternal depression increases ASD risks.
Resumen: Este estudio investigó si la exposición prenatal a antidepresivos (ADs) incrementa los riesgos de trastornos del espectro autista (TEA), trastornos de déficit de atención/hiperactividad (TDAH), esquizofrenia, así como otras enfermedades mentales, cognitivas, y déficits en el desarrollo de niños de primaria o preescolares. Se consultaron las bases de datos PubMed, EMBASE, BIREME/BVS para identificar estudios de asociaciones de ADs durante el embarazo con trastornos de desarrollo neurológico y psiquiátricos. Veinte estudios estaban centrados en riesgos de TEA y/o TDAH, mientras que 30 se centraron en déficits de desarrollo y cognitivos en niños de primaria o preescolares. La mayor parte de los estudios no detectaron asociación de AD, durante la etapa prenatal, con TDA tras el ajuste de las ratios de riesgo para depresión materna o trastornos psiquiátricos. Algunos estudios mostraron que la depresión materna, independientemente de si es tratada o no, incrementó los riesgos de TEA. Siete de los 8 estudios no encontraron un incremento en el riesgo de TDAH, asociado con la exposición prenatal a inhibidores selectivos de la recaptación de serotonina, el antidepresivo más usado habitualmente durante el período prenatal. No se encontraron evidencias consistentes relacionando AD durante el embarazo y déficits en el desarrollo neurocognitivo de niños de primaria o preescolares. En casi todos los estudios hubo una desviación residual señalada como gravedad de la depresión. Esta revisión sistemática no halló evidencias consistentes, sugiriendo que el consumo de ADs durante el embarazo incremente el riesgo de TEA, TDAH, y déficits en el desarrollo neurocognitivo. Algunos estudios, no obstante, encontraron evidencias de que la depresión materna incrementa riesgos de TEA.