OBJETIVO: Analisar o cuidado dispensado aos hipertensos na população de Belo Horizonte, segundo posse ou não de plano de saúde privado. MÉTODOS: Foram realizadas entrevistas telefônicas em amostra de adultos hipertensos no ano de 2009 em Belo Horizonte (n = 100). O cuidado prestado aos hipertensos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e Saúde Suplementar (SS) foram comparados usando os testes de χ2 de Pearson ou exato de Fisher. Foi calculada a razão de prevalência (RP), estimada pelo modelo de regressão de Poisson, ajustada segundo idade, escolaridade e cor da pele. RESULTADOS: Na análise descritiva, os hipertensos usuários de planos de saúde privado tiveram maior frequência de médico de referência e maior controle de pressão arterial. Os usuários do SUS foram os que mais frequentaram grupos operativos de promoção à saúde. A aquisição de medicamentos anti-hipertensivos pelos beneficiários da SS foi mais frequente nas farmácias privadas, e, entre os usuários do SUS, nos Centros de Saúde. As diferenças desapareceram ao se ajustarem as variáveis por idade, cor da pele e escolaridade. Não houve diferença quanto às orientações recebidas de mudanças de hábitos, e nem em relação à incorporação destas práticas saudáveis de promoção pelos hipertensos. CONCLUSÃO: Práticas de alimentação saudável, atividade física e o não uso de álcool e tabaco têm sido incorporados pelos hipertensos, independentes da posse ou não de planos de saúde. As práticas de promoção, uso correto de medicação e acompanhamento clínico são importantes para o controle dos níveis pressóricos.
OBJECTIVE: To examine the care given to patients with hypertension in the Brazilian public and private health services in the population of Belo Horizonte, Minas Gerais. METHODS: Telephone interviews were conducted in a sample of hypertensive adults in the year 2009, in Belo Horizonte (n = 100). We compared the care provided to hypertensive users of the Unified Health System (SUS) and of the Supplementary Health (SS), using the χ2 test or Fisher's exact test. The prevalence ratio was calculated by the Poisson regression model, adjusted for the variables age, education and skin color. RESULTS: In the descriptive analysis, hypertensive users of private health plans had a higher frequency of physician referral and greater blood pressure control. Unified Health System users were the ones who participated in health promotion groups the most. The acquisition of antihypertensive medications by beneficiaries of private health insurance was more frequent in private pharmacies, and in Health Centers among users of the Unified Health System. The differences disappeared when adjusting the variables for age, race and education. There was no difference regarding the guidance received for a change of habits, or regarding the incorporation of these healthy practices promotion by hypertensive patients. CONCLUSION: A healthier diet, the practice of physical activity, and the non-use of alcohol and tobacco have been incorporated by hypertensive patients, whether owning private health insurance or not. Promotion practices, proper use of medication a clinical follow-up are important for the control of blood pressure levels.