A esclerose hipocampal (EH) é a patologia mais observada em lobectomias temporais de pacientes com epilepsia intratável. Além dos achados histopatológicos clássicos existe a presença de corpos amiláceos (CA) em até 60% dos hipocampos ressecados. OBJETIVO: Verificar a presença de corpos amiláceos em hipocampos de pacientes submetidos a cirurgia para tratamento de epilepsia e verificar se havia diferenças clínicas entre pacientes que apresentavam CA e aqueles em que eles não foram encontrados. MÉTODO: Foram revisados 80 hipocampos ressecados entre janeiro de 1997 a dezembro de 2000 e, posteriormente, os prontuários de 72 dos pacientes. Foi realizado o teste t de Student para amostras independentes, ANOVA e posteriormente o teste de Tukey. RESULTADOS: Dos setenta e dois pacientes estudados, 40 eram homens (55,6%) e trinta e dois mulheres (44,4%). Trinta e cinco (48,6%) apresentavam CA e em trinta e sete (51,4%) não foram encontrados. Houve diferença estatisticamente significativa entre a média de tempo de evolução da epilepsia: o grupo com CA apresentava tempo maior de evolução (28,97 anos) em relação ao grupo que não apresentava CA (19,54 anos), com p= 0,001. Também observou-se diferença significativa quando foi comparada a localização de corpos amiláceos com o tempo de evolução da epilepsia: os pacientes com CA presentes difusamente no hipocampo apresentavam maior tempo de epilepsia (p= 0,001). CONCLUSÃO: Observamos que o nosso estudo confirma a presença de corpos amiláceos em hipocampos de pacientes com EH e sugerimos que quanto maior o período de epilepsia maior é a distribuição de CA no hipocampo
Hippocampal sclerosis (HS) is the commonest pathology in epileptic patients undergoing temporal lobe epilepsy surgery. Beside, there are an increased density of corpora amylacea (CA) founded in 6 to 63% of those cases. OBJECTIVE: verify the presence of CA and the clinical correlates of their occurrence in a consective series of patients undergoing temporal surgery with diagnosis of HS. METHOD: We reviewed 72 hippocampus specimens from January 1997 to July 2000. Student's t test for independent, samples, ANOVA and Tukey test were performed for statistical analysis. RESULTS: CA were found in 35 patients (49%), whose mean epilepsy duration (28.7 years) was significantly longer than that group of patients without CA (19.5 years, p= 0.001). Besides, when CA were found, duration was also significantly correlated with distribution within hippocampus: 28.7 years with diffuse distribution of CA, 15.4 with exclusively subpial and 17.4 years with distribution subpial plus perivascular (p= 0.001). CONCLUSION: Our findings corroborate the presence of CA in patients with HS and suggest that a longer duration of epilepsy correlate with a more distribution of CA in hippocampus.