Sintomas psicológicos, especialmente ansiedade e depressão, têm sido associados à hiperprolactinemia. Para avaliar a presença desses sintomas, foram submetidos à entrevista através do Composed International Diagnostic Interview, seguido pela escala de Hamilton para depressão, 32 pacientes (5 homens e 27 mulheres) com hiperprolactinemia de várias etiologias e 16 normoprolactinêmicos. A prolactina sérica na época da avaliação variou de 28 a 180 ng/mL, sendo que 11 dos pacientes usavam bromocriptina. Detectou-se presença atual de distúrbios de ansiedade em 18 pacientes (56,2%) e 5 controles (31,2%), depressão em 10 pacientes (31,2%) e 2 controles (12,5%), distmia em duas pacientes e outros diagnósticos psiquiátricos em 6 pacientes (18,7%). Os escores da depressão variaram entre 16 e 31 nos pacientes e foram 12 e 16 nos controles. A frequência de sintomas psiquiátricos como um todo, foi significativamente maior nos hiperprolactinêmicos (teste do qui-quadrado), mas a diferença não foi significativa na análise isolada de ansiedade ou depressão. A hiperprolactinemia representa um fator de risco de 3,57 para depressão, 3,32 para ansiedade e 3,84 para outros sintomas psiquiátricos. Não houve diferença significativa na frequência de sintomas psiquiátricos entre portadores ou não de adenomas hipofisários e usuários ou não de bromocriptina. Não houve correlação (r= 0,07) entre a prolactina e a frequência de sintomas psiquiátricos. Conclui-se pela necessidade de atentar para a concomitância de hiperprolactinemia e distúrbios psiquiátricos, cujo reconhecimento permitirá abordagem terapêutica específica.
Psychological symptoms, specially anxiety and depression, have been associated to hyperprolactinemia. To evaluate the presence of these symptoms, 32 patients (5 men and 27 women) with hyperprolactinemia of several etiologies and 15 individuals with normal prolactin levels were submitted to the Composed International Diagnostic Interview, followed by the Hamilton rating scale for depression. The serum prolactin, at the time of evaluation, ranged between 28 and 180 ng/mL. Eleven patients were receiving bromocriptine. The presence of anxiety was detected in 18 patients (56.2%) and 5 controls (32.2%), depression was detected in 10 patients (31.2%) and 2 controls (12.5%), dysthymia in 2 patients and other psychiatric diagnosis in 6 patients (18.7%). The scores of depression ranged between 16 and 31 for the patients, and were 12 and 16 for the controls. The frequency of psychiatric symptoms, as a whole, was significantly higher in the hyperprolactinemic patients (chi-square test), but the difference was not significant in isolated analysis of anxiety and depression. The hyperprolactinemia represents a risk of 3.52 for depression, 3.32 for anxiety and 3.84 for other psychiatric symptoms. There was no significant difference in the frequency of psychiatric symptoms among patients with or without pituitary adenomas nor users or not users of bromocriptine. There was no correlation (r=0,07) between prolactin and the frequency of psychiatric symptoms. These results emphasize the importance of a special attention to the concomitance of hyperprolactinemia and psychiatric disturbance, which will allow a specific therapeutic approach.