Neste artigo discutimos significados atribuídos pelos familiares e profissionais às situações de crise em saúde mental e suas relações com as tecnologias empregadas no cuidado de usuários de CAPS na Bahia e em Sergipe. Inspiramo-nos no modelo teórico-metodológico de Sistema de signos, significados e práticas, utilizando técnicas qualitativas de pesquisa. Organizamos os dados em duas categorias: os signos e significados de crise; as estratégias e as dificuldades no seu cuidado. Observamos que não há muita diferença entre as concepções de profissionais e familiares acerca da crise e que os significados negativos suplantam os positivos, evocando os conceitos de sujeição à doença, incapacidade de interação social racional e periculosidade do doente. Dois aspectos são importantes no manejo da crise: sua imprevisibilidade e sua inscrição na história da pessoa. Para contornar as dificuldades nesse manejo, é necessário investir nas tecnologias leve-duras e leves, pautadas em vínculos duradouros e na intensificação de cuidados.
In this article, we discuss the meanings attributed by families and professionals to mental health crisis situations and their relationships with the technologies used in caring for users of psychosocial care centers in Bahia and Sergipe. We were inspired by the theoretical-methodological model of the system of signs, meanings and practices, using qualitative research techniques. We organized the data into two categories: signs and meanings of crises; and care strategies and difficulties. We observed that there was not much difference between professionals' and families' conceptions about crises, and that negative meanings supplanted positive meanings, thus evoking the concepts of subjection to disease, incapacity for rational social interaction and dangerousness of the patient. Two issues are important in managing crises: their unpredictability and their relationship to the individual's history. To overcome the management difficulties, investment in soft and soft-hard technologies based on durable bonds and intensification of care is necessary.
Discutimos los significados atribuídos por los familiares y profesionales a situaciones de crisis en salud mental y sus relaciones con las tecnologías empleadas en el cuidado de usuarios de CAPS (Centros de Atención Psicosocial) en Sergipe, Brasil. Nos inspiramos en el modelo de Sistema de signos, significados y prácticas. Organizamos los datos en dos categorías: los signos y significados de crisis; las estrategias y dificultades en su cuidado. No hay mucha diferencia entre las concepciones de profesionales y familiares acerca de la crisis y los significados negativos suplantan los positivos, evocando los conceptos de sujeción a la enfermedad, incapacidad de interacción social racional y peligrosidad del enfermo. Dos aspectos son importantes en el manejo de la crisis: su imprevisibilidad y su inscripción en la historia de la persona. Es necesario investir en las tecnologías blanda-duras y blandas, pautadas en vínculos duraderos y en la intensificación de los cuidados.