Neste trabalho discutimos as ideias de confusão de línguas, de trauma e de hospitalidade no campo psicanalítico. Para Ferenczi, a relação adulto-criança é marcada por uma confusão decorrente de uma diferença de línguas, de forma que muitas vezes um não entende o outro. Nesse contexto, é possível a emergência do trauma patogênico. A experiência analítica, ao invés de levar o acontecimento traumático a domínios psíquicos melhores, pode reproduzir e até agravar o que foi vivido como catastrófico na infância. Neste sentido, o princípio de hospitalidade na clínica analítica é de suma importância para se evitar uma possível reprodução do trauma entre analista e analisando. Neste artigo utilizamos como referência principal a obra de Sándor Ferenczi, estabelecendo relações em alguns pontos com textos de Jacques Derrida e de Walter Benjamin, que discutem a origem da confusão de línguas e o problema da possibilidade da tradução.
In this paper, we discuss the ideas of confusion of tongues, trauma and hospitality in the field of psychoanalysis. For Ferenczi, the adult-child relationship is marked by a sort of confusion due to a difference of tongues (languages), which makes that often one does not understand the other. In this context, it is possible the emergence of the pathogenic trauma. The analytic experience can, instead of bringing the traumatic event to better psychic layers, produce again or even aggravate what was experienced as trauma in the childhood. In this sense, the principle of hospitality presents itself as crucial in order to prevent a possible reproduction of the trauma between analyst and analysand. In this article we used as main reference the work of Sandor Ferenczi, establishing relations at some points with texts from Jacques Derrida and Walter Benjamin, which discuss the origin of the confusion of tongues and the problem of the possibility of translation.
En este trabajo se discuten los conceptos de confusión de lenguas, trauma y hospitalidad en el campo del psicoanálisis. Para Ferenczi, la relación adulto-niño está marcada por una confusión debido a una diferencia de lenguas, lo que hace que a menudo uno no entienda al otro. En este contexto, es posible la aparición del trauma patógeno. La experiencia analítica puede, en lugar de llevar el acontecimiento traumático a un mejor plano psíquico, reproducir e incluso empeorar lo que se vivió como un trauma en la infancia. En este sentido, el principio de la hospitalidad se presenta como crucial en la clínica psicoanalítica con el fin de evitar la posible reproducción del trauma entre analista y analizando. En este artículo, hemos utilizado como principal referencia la obra de Sándor Ferenczi, estableciendo relaciones en algunos puntos con textos de Jacques Derrida y de Walter Benjamin, que discuten el origen de la confusión de lenguas y el problema de la posibilidad de traducción.