Alguns autores têm sugerido que um escore de cálcio (CAC) igual à zero pode ser usado para descartar o diagnóstico de síndrome coronariana aguda. Objetivo do estudo é avaliar a precisão do diagnóstico de um CAC zero quando comparado com a angiotomografia coronária (ATC) no Pronto-Socorro. 135 pacientes sintomáticos sem doença arterial coronariana (DAC) prévia atendidos no Pronto-Socorro, foram submetidos ao CAC e à ATC para descartar a DAC. Todos os pacientes tinham eletrocardiograma e marcadores cardíacos normais e apresentaram escore de risco TIMI de 0 a 2. A ATC foi considerada positiva no caso de identificação de qualquer lesão obstrutiva (> 50%). A média de idade era de 51,7 ± 13,6 anos, com 50,6% de homens. Setenta e três (54,1%) pacientes apresentaram um escore zero de cálcio. Desses, 3 (4,1%) tiveram uma obstrução > 50% e foram submetidos a angiografia coronária invasiva. O escore de cálcio mostrou uma sensibilidade de 92,9%, especificidade de 75,3% e valores preditivos positivos e negativos de, respectivamente, 62,9% e 95,9%. As razões de verossimilhança positiva e negativa foram respectivamente de 3,7 e 0,09 para a detecção de lesões maiores do que 50% na ATC. A razão de verossimilhança negativa de 0,09 é muito boa para descartar a maioria dos casos de obstrução coronária significativa em estudos epidemiológicos. No entanto, é importante entender que em um cenário clínico, todas as evidências, incluindo histórico, exame clínico, dados de biomarcadores miocárdicos e do eletrocardiograma, devem ser interpretados em conjunto. Em nosso estudo, três casos com um escore CAC zero tinham obstrução coronariana superior a 50% na ATC.
Some authors have suggested that a zero calcium score (CAC) can be used to rule out the diagnosis of acute coronary syndrome. Objective this study is to evaluate the diagnostic accuracy of a zero CAC when compared to the coronary computed tomography angiography (CCTA) at the emergency department. 135 symptomatic patients with no previous coronary heart disease (CHD) who presented to the emergency department were submitted to CAC and CCTA to rule out CHD. All patients had normal electrocardiogram and cardiac biomarkers and were TIMI risk score 0 to 2. The CCTA was considered positive if any obstructive lesion (> 50%) was identified. The mean age was 51.7 ± 13.6 years with 50.6% of men. Seventy-three (54.1%) patients had a calcium score of zero. Of them, 3 (4.1%) had an obstruction > 50 % and underwent invasive coronary angiography. Calcium score showed a sensitivity of 92.9%, specificity of 75.3%, positive and negative predictive values of, respectively, 62.9% and 95.9%. Positive and negative likelihood ratios were respectively of 3.7 and 0.09 to detect lesions greater than 50% in the CCTA. A negative likelihood ratio of 0.09 is very good to rule out most cases of significant coronary obstruction in epidemiologic studies. However, it is important to understand that in a clinical scenario, all evidence including history, clinical examination, data from eletrocardiogram and myocardial biomarkers have to be interpreted together. In our study, three cases with a zero CAC score had coronary obstruction higher than 50% at the CCTA.