O artigo tem por objetivo analisar alguns sentidos associados com a atuação do psicólogo inserido no Programa Saúde da Família (PSF). Para tanto, foi realizada pesquisa qualitativa, seguindo o método de análise de conteúdo para o tratamento dos dados. O instrumento de coleta dos dados foi uma entrevista semi-estruturada com sete psicólogas voluntárias, no período de julho a agosto de 2006, que atuam em determinados PSF de Santa Maria, cidade na região central do Rio Grande do Sul. Foram selecionados alguns temas de maior recorrência, a fim de compor duas grandes categorias de análise: (1) modelo de identificação/atuação e formação do psicólogo; (2) novos sentidos para a atuação do psicólogo no PSF. De acordo com as entrevistas, predomina a identificação com o modelo clínico de atuação do psicólogo no PSF, tendo como respaldo o modelo acadêmico de formação, o que acarreta algumas dificuldades e adaptações advindas desses modelos. Propõe-se, então, discutir novos sentidos para a atuação do psicólogo na atenção básica, buscando uma atuação interdisciplinar, visando à maior integralidade da atenção, bem como apontam-se sugestões para uma possível mudança no modelo de assistência vigente e no modo de atuação dos psicólogos.
This paper aims to analyze some of the definitions associated with the psychologist's practice at the Family Health Program (FHP). To do so, it was developed a qualitative research using the content analysis method to work with the data collected from a semi-structured interview with 07 volunteer psychologists, from July to August of 2006, who work in specifics FHP in Santa Maria, central region of Rio Grande do Sul state, Brazil. Some themes were selected and classified into two major categories: (1) identification/practice and education model of the psychologist; (2) new directions for the psychology practice in the FHP. According to the interviews, there is still the predominance of the clinical model in the psychology practice, with the support of the academic model of education, which results in some difficulties and adaptations. It is proposed, therefore, to discuss new directions for the psychology practice in primary health care as well as to indicate some suggestions for a possible change in the predominant model of health attention and in psychology practice.