RESUMO Introdução: Embora estudos tenham sido realizados na população de atletas durante a pandemia, seus impactos em atletas paraolímpicos ainda são desconhecidos. Objetivo: Avaliar o humor e a qualidade de vida de jogadores paraolímpicos de bocha no período da Pandemia de COVID-19. Método: Foram enviados eletronicamente pelas redes sociais questionários que avaliam humor, qualidade de vida e dados demográficos. Participaram do estudo 43 atletas, de todas as classes funcionais (BC1 = 8; BC2 = 12; BC3 = 11; BC4 = 11) e quatro regiões do país (Nordeste = 12; Sudeste = 12; Centro-Oeste = 3; e Sul = 17). Foram usados ANOVA, teste t e similares não paramétricos, com os respectivos tamanhos do efeito (TE). Resultados: Sobre os estados de humor, atletas BC4 diferem dos atletas BC1 na subescala “depressão” (25,5 vs. 14,5; p = 0,026; TE = 1,47). A subescala “fadiga” difere entre atletas BC4 e BC1 (17,8 vs. 10,4; p = 0,023; TE = 1,38) e entre atletas BC4 e BC2 (17,8 vs. 10,3; p = 0,008; TE = 1,32). Atletas BC4 apresentaram valores maiores de distúrbio total do humor (DTH) do que atletas BC1 (175 vs. 141; p = 0,025; TE = 1,35) e BC2 (175 vs. 141; p = 0,025; TE = 0,97). Foram observados valores menores nos atletas de nível nacional em “tensão” (18,5 vs. 21,8; p = 0,027; TE = 0,64) e em DTH (148,0 vs. 162,0; p = 0,044; TE = 0,53). Quanto à qualidade de vida, foram encontradas diferenças entre atletas BC4 e BC2 (3,73 vs. 4,49; p = 0,024; TE = 0,89) no domínio “psicológico” e entre atletas do Nordeste e Sul no domínio “ambiental” (3,39 vs. 4,18; p = 0,030; TE = 0,44). Conclusão: Os atletas BC4 estão mais suscetíveis a percepções negativas de humor e qualidade de vida. Adicionalmente, atletas da região Nordeste podem ter piores percepções do ambiente em que vivem sobre a qualidade de vida.Nível de evidência III; estudo retrospectivo.
ABSTRACT Introduction: Although studies have been conducted in the athlete population during the pandemic, its impacts on Paralympic athletes are still unknown. Objective: To evaluate the mood and quality of life of Paralympic boccia players during the COVID-19 pandemic period. Method: Questionnaires assessing mood, quality of life, and demographic data were sent electronically via social media. The study included 43 athletes from all functional classes (BC1 = 8, BC2 = 12, BC3 = 11, and BC4 = 11) and four regions of Brazil (Northeast = 12, Southeast = 12, Central-West = 3, and South = 17). ANOVA, t test, and similar non-parametric tests were used, with the respective effect sizes (ES). Results: Regarding mood states, BC4 athletes differed from BC1 athletes in the depression subscale score (25.5 vs. 14.5, p = 0.026, ES=1.47). The fatigue subscale score differed between BC4 and BC1 athletes (17.8 vs. 10.4, p = 0.023, ES=1.38) and between BC4 and BC2 athletes (17.8 vs 10.3, p = 0.008, ES=1.32). BC4 athletes had higher total mood disturbance (TMD) values than BC1 (175 vs. 141, p = 0.025, ES=1.35) and BC2 (175 vs.141, p = 0.025, ES=0.97) athletes. Lower stress (18.5 vs.21.8, p = 0.027, ES=0.64) and TMD (148.0 vs 162.0; p = 0.044; ES= 0.53) values were observed among the national level athletes. In terms of quality of life, differences were found between BC4 and BC2 athletes in the psychological health domain (3.73 vs. 4.49, p = 0.024, ES=0.89) and between athletes from the Northeast and South in the environment domain (3.39 vs. 4.18, p=0.030, ES=0.44). Conclusion: BC4 athletes are more susceptible to negative mood and quality-of-life perceptions. Additionally, athletes from the Northeast region may have poorer perceptions of quality of life related to the environment in which they live. Level of evidence III; Retrospective study.
RESUMEN Introducción: Aunque se han realizado estudios en la población de atletas durante la pandemia, aún se desconocen sus impactos en los atletas paralímpicos. Objetivo: Evaluar el estado de ánimo y la calidad de vida de los jugadores de bochas paralímpicos durante el período de la pandemia COVID-19. Método: Se enviaron cuestionarios que evaluaban el estado de ánimo, la calidad de vida y los datos demográficos por vía electrónica a través de las redes sociales. El estudio incluyó a 43 atletas de todas las clases funcionales (BC1 = 8; BC2 = 12; BC3 = 11; BC4 = 11) y de cuatro regiones del país (Noreste = 12; Sureste = 12; Medio Oeste = 3; y Sur = 17). Se utilizaron el ANOVA, la prueba t y pruebas no paramétricas similares, con los respectivos tamaños del efecto (TE). Resultados: En cuanto a los estados de ánimo, los atletas BC4 se diferencian de los atletas BC1 en la subescala “depresión” (25,5 frente a 14,5; p = 0,026; TE = 1,47). La subescala “fatiga” difiere entre los atletas BC4 y BC1 (17,8 frente a 10,4; p = 0,023; TE = 1,38) y entre los atletas BC4 y BC2 (17,8 frente a 10,3; p = 0,008; TE = 1,32). Los atletas BC4 presentaron valores más altos de alteración total del estado de ánimo (DTH) que los atletas BC1 (175 frente a 141; p = 0,025; TE = 1,35) y BC2 (175 frente 141; p = 0,025; TE = 0,97). Se observaron valores más bajos en atletas de nivel nacional en “tensión” (18,5 frente a 21,8; p = 0,027; TE = 0,64) y en DTH (148,0 frente a 162,0; p = 0,044; TE = 0,53). En términos de calidad de vida, se encontraron diferencias entre atletas BC4 y BC2 (3,73 frente a 4,49; p = 0,024; TE = 0,89) en el dominio “psicológico”, y entre atletas del Noreste y Sur en el dominio “ambiental” (3,39 frente a 4,18; p = 0,030; TE = 0,44). Conclusión: Los atletas BC4 son más susceptibles a las percepciones negativas del estado de ánimo y la calidad de vida. Además, los atletas de la región noreste pueden tener peores percepciones de su entorno en cuanto a calidad de vida. Nivel de evidencia III; Estudio retrospectivo.