RESUMO Objetivo: verificar os contextos que potencializam as dimensões de vulnerabilidade individual, social e programática associadas ao uso de álcool e outras drogas durante a gravidez. Método: estudo qualitativo, descritivo e exploratório, com corte transversal. Participaram 38 gestantes usuárias álcool e outras drogas, em nível moderado e grave, em atendimento pré-natal de baixo risco na Atenção Primária à Saúde de dois municípios da Região Metropolitana de Maringá - Paraná. Os dados foram coletados de dezembro de 2019 a março de 2020. O referencial analítico da Vulnerabilidade pautou a discussão. Resultados: no plano individual, os contextos de vulnerabilidade eram questões de gênero, raça/cor parda e preta, baixa escolaridade, período reprodutivo e alta paridade. No plano social, a ausência de inserção no mercado de trabalho, renda familiar na linha da pobreza, relações intrafamiliares abusivas, comportamento aditivo na família e violência na comunidade de convivência. No plano programático encontraram-se baixa procura a serviços de saúde, ausência de acolhimento para o tratamento do uso de drogas, rastreio para o uso de drogas deficitário, baixo vínculo com as equipes da saúde da família, ausência de atendimento odontológico, psicológico e do serviço social, inserção no nível de assistência pré-natal inadequado, risco habitual, enquanto deveriam ter sido classificadas como alto risco, e média de consultas pré-natal abaixo do preconizado. Conclusão: o estudo permitiu avançar nos contextos de vulnerabilidade dessas gestantes. O (re)conhecimento destes contextos possibilita a formulação de estratégias de redução de danos e de agravos à saúde materno fetal relacionados ao uso de drogas durante a gravidez, conduzindo a um desfecho gestacional favorável.
ABSTRACT Objective: to verify the contexts that enhance the dimensions of individual, social, and programmatic vulnerability associated with the use of alcohol and other drugs during pregnancy. Method: qualitative, descriptive, and exploratory, cross-sectional study. Participants were 38 pregnant women who used alcohol and other drugs, at a moderate and severe level, in low-risk prenatal care in the Primary Health Care of two cities in the Metropolitan Region of Maringá - Paraná. Data was collected from, December 2019 to March 2020. The Vulnerability analytical framework guided the discussion. Results: at the individual level, the vulnerability contexts were issues of gender, brown and black ethnicity/color, low education, reproductive period, and high parity. At the social level, the lack of insertion in the job market, family income below the poverty line, abusive intra-family relationships, addictive behavior in the family, and violence in the living community. In the programmatic plan, there was a low demand for health services, lack of welcoming for the treatment of drug use, screening for deficient drug use, low bond with family health teams, absence of dental, psychological, and social services, insertion in the inadequate level of prenatal care, usual risk, while they should have been classified as high risk, and mean prenatal consultations below recommended. Conclusion: the study made it possible to advance in the contexts of the vulnerability of these pregnant women. Recognizing these contexts makes it possible to formulate strategies to reduce harm and damages to maternal and fetal health related to drug use during pregnancy, leading to a favorable gestational outcome.
RESUMEN Objetivo: verificar los contextos que potencian las dimensiones de vulnerabilidad individual, social y programática asociadas al consumo de alcohol y otras drogas durante el embarazo. Método: estudio cualitativo, descriptivo y exploratorio, transversal. Participaron 38 gestantes que consumían alcohol y otras drogas, en grado moderado y severo, en el prenatal de bajo riesgo en la Atención Primaria de Salud de dos municipios de la Región Metropolitana de Maringá - Paraná. . Los datos se recopilaron desde diciembre de 2019 a marzo de 2020. El marco analítico de Vulnerabilidad orientó la discusión. Resultados: en el plano individual, los contextos de vulnerabilidad detectados fueron: cuestiones de género, raza/color pardo y negro, baja escolaridad, período reproductivo y alta paridad. A nivel social, la falta de inserción en el mercado laboral, ingresos familiares por debajo de la línea de pobreza, relaciones intrafamiliares abusivas, conductas adictivas en la familia y violencia en la comunidad de convivencia. En el plano programático se constató baja demanda de servicios de salud, falta de acogida para el tratamiento del consumo de drogas, rastreo por consumo deficiente de drogas, escasa vinculación con los equipos de salud de la familia, falta de atención odontológica, psicológica y del servicio social, inserción en nivel inadecuado de atención prenatal, clasificación como riesgo habitual, cuando correspondía la clasificación de alto riesgo, y promedio de consultas prenatales por debajo de lo recomendado. Conclusión: el estudio permitió avanzar en los contextos de vulnerabilidad de estas gestantes. El (re)conocimiento de estos contextos permite formular estrategias para reducir los daños y perjuicios a la salud materna y fetal relacionados con el uso de drogas durante el embarazo, lo que conduce a un resultado gestacional favorable.