OBJETIVOS: Este estudo avaliou o uso do plasma, superfície óssea e osso total como biomarcadores da exposição crônica ao flúor em ratos. MÉTODOS: Quarenta ratos Wistar machos foram divididos em 4 grupos (n=10/gr) que diferiram de acordo com a concentração de flúor presente na água de beber. Os grupos 1, 2, 3 e 4 receberam água contendo 0, 5, 15 e 50 mg F/L, respectivamente. Os ratos foram mortos ao completarem 120 dias. O plasma e os fêmures foram coletados e a concentração de flúor foi analisada com um eletrodo específico pelo método direto para a superfície do fêmur e após difusão facilitada por HMDS para o osso total e o plasma. Os dados foram analisados por ANOVA e regressão linear (p<0,05). RESULTADOS: A média (± EP) da concentração de flúor no plasma variou de 0,030±0,006 a 0,187±0,040 (mg/mL). A concentração de flúor na superfície e no osso total variou de 610±103 a 4693±703 e 647±69 a 3439±423 (mg/g), respectivamente. A proporção entre a concentração de flúor na superfície óssea e osso total foi de 0,941, 1,414, 1,173 e 1,377, para os grupos 1, 2, 3 e 4 respectivamente. Para o plasma e osso total, a diferença entre todos os grupos foi estatisticamente significante, exceto para o grupo 2 quando comparado com o grupo 1. Para a superfície óssea só não houve diferença entre o grupo 2 quando comparado com o grupo 3. Houve correlação positiva significante entre a concentração de flúor presente na superfície óssea e no osso total (r²=0,94), tão bem como entre o plasma e a superfície óssea (r²=0,71) e o plasma e o osso total (r²=0,74). CONCLUSÕES: Os dados sugerem que tanto a superfície óssea quanto o osso total são bons indicadores da exposição crônica ao flúor em ratos e o plasma pode ser utilizado como um indicador dos níveis de flúor.
OBJECTIVE: This study evaluated the use of plasma, bone surface (periosteal) and whole bone as biomarkers of chronic fluoride (F) exposure. METHODS: Forty male Wistar rats were assigned to 4 groups (n=10/gr) that differed according to the F concentration they received in the drinking water. Groups 1, 2, 3 and 4 received water containing 0 (control), 5, 15, and 50 mg F/L, respectively. The rats were killed at 120 days of age. Plasma and femur were collected and analyzed for fluoride with the ion specific electrode by the direct method or after hexamethyldisiloxane-facilitated diffusion. Data were tested for statistically significant differences by ANOVA and linear regression (p<0.05). RESULTS: Mean (± SE) plasma F concentrations ranged from 0.030 ± 0.002 to 0.187 ± 0.013 (mg/mL). The concentrations in surface and whole bone ranged from 610 ± 32 to 4,693 222; and 647 ± 22 to 3,439 ± 134 µg/g, respectively. The surface/whole F concentration ratios were 0.941, 1.414, 1.173 and 1.377, for groups 1, 2, 3 and 4 respectively. For plasma and whole bone, the difference among all groups was statistically significant, except for group 2 compared to group 1. For bone surface, all groups differed from each other except for group 2 compared to group 3. A significant positive correlation was found between bone surface and whole bone F (r²=0.94), as well as between plasma and bone surface (r²=0.71) and plasma and whole bone (r²=0.74). CONCLUSIONS: Data suggest that both bone surface and whole bone are suitable biomarkers of chronic F exposure in rats and plasma may be used as indicator of bone fluoride levels.