OBJETIVO: Determinar os fatores de risco materno que levam recém-nascidos à necessidade de cuidados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) neonatal. MÉTODOS: Foi realizado um estudo prospectivo observacional tipo caso-controle com 222 (proporção 1:1 de casos e controles) gestantes atendidas em maternidade pública. As variáveis analisadas das puérperas foram: idade da menarca, idade da primeira relação sexual, história de doenças crônicas, hábitos, assistência pré-natal, antecedentes obstétricos, intercorrências clínicas na gestação e parto e variáveis sociodemográficas. As variáveis dos recém-nascidos foram: índice de Apgar, idade gestacional, peso ao nascimento, presença ou não de malformação, necessidade de reanimação e complicações nos recém-nascidos nas primeiras 24 horas. As proporções foram comparadas por meio do teste exato de Fisher ou do γ2 de Pearson. Por intermédio de regressão logística, foram elaborados modelos multivariados utilizando Odds Ratio ajustado com intervalo de confiança (IC) de 95%. RESULTADOS: Em relação à história reprodutiva, foi observado que ≥3 gravidezes e 2 ou 3 cesáreas prévias apresentaram significância estatística (p=0,0 e 0,0, respectivamente). Dentre as complicações que necessitaram de cuidados em UTI neonatal, a prematuridade foi responsável por 61 casos (55,5%), seguido de risco de infecção intraparto, com 46 casos (41,8%). Dentre a história materna, a doença hipertensiva apresentou significância estatística (p=0,0). A ruptura prematura de membranas se associou fortemente à necessidade de UTI neonatal (Odds Ratio - OR=6,1; IC95% 2,6-14,4). CONCLUSÕES: A ruptura prematura de membranas e as doenças hipertensivas devem ter atenção especial na assistência pré-natal, devido à forte associação de recém-nascidos com necessidades de cuidados em UTI neonatal.
PURPOSE: To evaluate the maternal risk factors that require newborn assistance in neonatal Intensive Care Units (ICU). METHODS: A prospective observational case-control study was conducted on 222 pregnant women (1:1 case-control ratio) attended at a public maternity. The following variables were analyzed in the puerperae: age at menarche, age at first sexual intercourse, history of chronic diseases, habits, prenatal care, obstetric history, clinical complications during pregnancy and childbirth, and sociodemographic variables. The variables of the newborns were: Apgar scores, gestational age, birth weight, presence or absence of malformation, need for resuscitation, and complications during the first 24 hours. Proportions were compared using the Fisher exact test or the Person γ2 test. Multivariable models were developed by logistic regression analysis using adjusted Odds Ratio with a 95% confidence interval (CI). RESULTS: Regarding reproductive history, ≥3 pregnancies and 2 or 3 previous cesareans were sytatistically significant (p=0.0 and 0.0, respectively). Among the complications that required assistance in the neonatal ICU, prematurity was responsible for 61 cases (55.5%), followed by risk of intrapartum infection in 46 cases (41.8%). Regarding the maternal history, the presence of hypertensive disease showed statistical significance (p=0.0). Premature rupture of membranes was strongly associated with the need for the neonatal ICU (Odds Ratio - OR=6.1, 95%CI 2.6-14.4). CONCLUSIONS: Premature rupture of membranes and hypertensive disease should receive special attention in prenatal care due to their strong association with newborns requiring assistance in the neonatal ICU.