RESUMO RACIONAL: Apesar da preferência pelo tratamento multimodal para o câncer gástrico, o abandono do tratamento quimioterápico bem como a necessidade de cirurgia “upfront” em pacientes obstruídos traz impactos negativos para o tratamento. A dificuldade de acesso ao tratamento em centros especializados no Sistema Único de Saúde (SUS) é um agravante. OBJETIVOS: Identificar vantagens, fatores prognósticos, complicações e sobrevida de terapias neoadjuvantes e adjuvantes no tratamento do câncer gástrico no cenário do SUS. MÉTODOS: Estudo retrospectivo incluindo 81 pacientes com adenocarcinoma gástrico submetidos a tratamento segundo os protocolos INT0116 (quimiorradioterapia adjuvante), CLASSIC (quimioterapia adjuvante), FLOT4-AIO (quimioterapia perioperatória) e cirurgia com intuito curativo (ressecção R0 e linfadenectomia D2) em um único centro oncológico entre 2015 e 2020. Indivíduos com outros tipos histológicos, coto gástrico, câncer de esôfago, outros protocolos de tratamento e estádio Ia ou IV foram excluídos. RESULTADOS: Os pacientes foram distribuídos em: FLOT4-AIO (26 pacientes), CLASSIC (25 pacientes) e INT0116 (30 pacientes). A média de idade foi 61 anos. Mais de 60% dos pacientes apresentaram estádio III patológico. A taxa de completude do tratamento foi 56%. A taxa de resposta patológica completa do grupo FLOT4-AIO foi 7,7%. Dentre os fatores prognósticos que impactaram a sobrevida global e sobrevida livre de doença tivemos etilismo, complicações pós-operatórias precoces, status anatomopatológico pN2 e pN3. A taxa de sobrevida global em 3 anos foi 64,9% sendo o subgrupo CLASSIC com melhor sobrevida (79,8%). CONCLUSÕES: A estratégia de tratamento do câncer gástrico varia de acordo com a necessidade de cirurgia inicial. O subgrupo CLASSIC apresentou melhor sobrevida global e sobrevida livre de doença. O esquema INT0116 também protegeu contra a mortalidade, mas não com significância estatística. Apesar do FLOT4-AIO ser o tratamento de escolha, a dificuldade na realização da neoadjuvância no âmbito do SUS impactou negativamente nos resultados devido à criticidade da ingesta alimentar e à pior tolerância ao tratamento. RACIONAL upfront “upfront (SUS agravante OBJETIVOS vantagens MÉTODOS 8 INT INT011 quimiorradioterapia adjuvante, adjuvante , adjuvante) quimioterapia FLOT4AIO FLOTAIO FLOT4 AIO FLOT perioperatória ressecção R D2 D 201 2020 histológicos esôfago excluídos RESULTADOS 26 (2 pacientes, 25 30 (3 pacientes. . 6 60 patológico 56 56% 77 7 7,7% etilismo pósoperatórias pós operatórias precoces pN pN3 649 64 9 64,9 79,8%. 798 79,8% 79 (79,8%) CONCLUSÕES inicial mortalidade estatística escolha INT01 20 202 2 ( 5 7,7 64, 79,8 (79,8% INT0 7, 79, (79,8 (79, (79 (7
ABSTRACT BACKGROUND: Despite the preference for multimodal treatment for gastric cancer, abandonment of chemotherapy treatment as well as the need for upfront surgery in obstructed patients brings negative impacts on the treatment. The difficulty of accessing treatment in specialized centers in the Brazilian Unified National Health System (SUS) scenario is an aggravating factor. AIMS: To identify advantages, prognostic factors, complications, and neoadjuvant and adjuvant therapies survival in gastric cancer treatment in SUS setting. METHODS: The retrospective study included 81 patients with gastric adenocarcinoma who underwent treatment according to INT0116 trial (adjuvant chemoradiotherapy), CLASSIC trial (adjuvant chemotherapy), FLOT4-AIO trial (perioperative chemotherapy), and surgery with curative intention (R0 resection and D2 lymphadenectomy) in a single cancer center between 2015 and 2020. Individuals with other histological types, gastric stump, esophageal cancer, other treatment protocols, and stage Ia or IV were excluded. RESULTS: Patients were grouped into FLOT4-AIO (26 patients), CLASSIC (25 patients), and INT0116 (30 patients). The average age was 61 years old. More than 60% of patients had pathological stage III. The treatment completion rate was 56%. The pathological complete response rate of the FLOT4-AIO group was 7.7%. Among the prognostic factors that impacted overall survival and disease-free survival were alcoholism, early postoperative complications, and anatomopathological status pN2 and pN3. The 3-year overall survival rate was 64.9%, with the CLASSIC subgroup having the best survival (79.8%). CONCLUSIONS: The treatment strategy for gastric cancer varies according to the need for initial surgery. The CLASSIC subgroup had better overall survival and disease-free survival. The INT0116 regimen also protected against mortality, but not with statistical significance. Although FLOT4-AIO is the preferred treatment, the difficulty in carrying out neoadjuvant treatment in SUS scenario had a negative impact on the results due to the criticality of food intake and worse treatment tolerance. BACKGROUND (SUS factor AIMS advantages complications setting METHODS 8 INT INT011 chemoradiotherapy, chemoradiotherapy , chemoradiotherapy) chemotherapy, chemotherapy) FLOT4AIO FLOTAIO FLOT4 AIO FLOT perioperative R0 R (R D lymphadenectomy 201 2020 types stump protocols excluded RESULTS 26 (2 patients, patients) 25 30 (3 patients. . 6 old 60 III 56 56% 77 7 7.7% diseasefree disease free alcoholism pN pN3 3year year 3 649 64 9 64.9% 79.8%. 798 79.8% 79 (79.8%) CONCLUSIONS mortality significance tolerance INT01 20 202 2 ( 5 7.7 64.9 79.8 (79.8% INT0 7. 64. 79. (79.8 (79. (79 (7