O objetivo deste estudo foi analisar os fatores associados ao consumo excessivo episódico de álcool na população da Região Nordeste do Brasil, segundo raça/cor. Realizou-se estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, com indivíduos de 18 anos ou mais. O desfecho foi o consumo excessivo episódico de álcool medido pelo consumo de cinco ou mais doses de bebidas alcoólicas em uma única ocasião nos últimos 30 dias. Para avaliar a associação entre as variáveis sociodemográficas, de estilo de vida e de saúde/doença, foi utilizada a regressão de Poisson com variância robusta. As análises foram estratificadas por raça/cor. A prevalência de consumo excessivo episódico de álcool foi de 16,6% em brancos e 17,6% em negros, e para ambos os estratos, foi mais frequente entre: o sexo masculino; nos mais jovens; naqueles sem companheira(o); maior renda domiciliar per capita; presença de trabalho remunerado; ativos fisicamente; que faziam uso de tabaco e aqueles com hábitos alimentares inadequados. Maior escolaridade, não buscar os serviços de saúde e autoavaliação negativa da saúde se mantiveram associadas a consumo excessivo episódico de álcool somente no estrato de negros e na presença de três ou mais doenças crônicas e sobrepeso/obesidade entre os brancos. Características sociodemográficas, de estilo de vida e saúde/doença se associaram com o consumo excessivo episódico de álcool. Os fatores de saúde/doença associados ao consumo excessivo episódico de álcool foram diferentes entre os grupos de raça/cor. Os resultados reforçam a importância da implementação de ações intersetoriais, envolvendo órgãos de saúde e de regulação que visem à redução do consumo de bebidas alcóolicas e priorizem os grupos mais vulneráveis.
El objetivo de este estudio fue analizar los factores asociados al consumo excesivo episódico de alcohol en la población de la Región Nordeste de Brasil según raza/color. Se realizó un estudio transversal con datos de la Encuesta Nacional de Salud de 2019, con personas de 18 años o más. El resultado fue consumo excesivo episódico de alcohol medido por el consumo de cinco o más dosis de bebidas alcohólicas en una sola ocasión en los últimos 30 días. Para evaluar la asociación entre las variables sociodemográficas, de estilo de vida y de salud/enfermedad se utilizó la regresión de Poisson con varianza robusta. Los análisis se estratificaron por raza/color. La prevalencia de consumo excesivo episódico de alcohol fue del 16,6% en blancos y del 17,6% en negros, y en ambos estratos fue más frecuente entre: hombres; en los más jóvenes; en aquellos sin pareja; con mayor ingreso familiar per cápita; con trabajo remunerado; físicamente activos; que usaban tabaco y aquellos con malos hábitos alimentarios. La educación superior, la no búsqueda de servicios de salud y la autoevaluación negativa de la salud permanecieron asociadas con el consumo excesivo episódico de alcohol solo en los negros; y la presencia de tres o más enfermedades crónicas y sobrepeso/obesidad entre los blancos. Las características sociodemográficas, de estilo de vida y de salud/enfermedad se asociaron con el consumo excesivo episódico de alcohol. Los factores de salud/enfermedad asociados al consumo excesivo episódico de alcohol fueron distintos entre los grupos de raza/color. Los resultados refuerzan la importancia de implementar acciones intersectoriales, involucrando a los centros de salud y regulatorios, para reducir el consumo de bebidas alcohólicas y priorizar a los grupos más vulnerables.
This study aimed to analyze the factors associated with binge drinking in Northeastern Brazil according to race/skin color. A cross-sectional study was carried out with data from the 2019 Brazilian National Health Survey regarding individuals aged 18 years or older. The binge drinking outcome was measured by the consumption of five or more doses of alcoholic beverages on a single occasion in the previous 30 days. A Poisson regression with robust variance was used to evaluate the association between sociodemographic, lifestyle, and health/disease variables. The analyses were stratified by race/skin color. The prevalence of binge drinking equaled 16.6% in white people and 17.6% in black ones, occurring more often, for both strata, in men, younger people, those without a partner, those with higher per capita household income, those under paid work, physically active individuals, smokers, and those with inadequate eating habits. Higher schooling, seeking no health services, and negative self-perceived health remained associated with binge drinking only in black individuals and with three or more chronic diseases and overweight/obesity in white ones. Sociodemographic, lifestyle, and health/disease characteristics were associated with binge drinking. Health/disease factors associated with binge drinking differed between race/skin color groups. Results reinforce the importance of implementing intersectoral actions involving health and regulatory agencies to reduce the consumption of alcoholic beverages and prioritize the most vulnerable groups.