OBJETIVO: Conhecer as características dos pacientes submetidos a um protocolo operacional padrão institucional de atendimento a pacientes reanimados após episódio de parada cardiorrespiratória incluindo a aplicação de hipotermia terapêutica. MÉTODOS: Foram analisados retrospectivamente 26 pacientes consecutivos após episódio de parada cardiorrespiratória de janeiro de 2007 a novembro de 2008. RESULTADOS: Todos os casos foram submetidos a hipotermia terapêutica. Idade média de 63 anos, predominantemente do sexo masculino. O local da parada cardiorrespiratória foi extra-hospitalar em 8 casos, pronto socorro em 3, durante internação fora da unidade de terapia intensiva em 13 casos e o bloco cirúrgico em 2 casos. O ritmo de parada foi fibrilação ventricular em sete pacientes, assistolia em 11, atividade elétrica sem pulso em 5 casos e não foi determinado em 3 pacientes. O intervalo entre a parada e o retorno à circulação espontânea foi de 12 ± 5 minutos. O tempo requerido para alcançar a temperatura alvo foi de 5 ± 4 horas, o tempo de hipotermia foi de 22 ± 6 horas e para o reaquecimento usaram-se 9 ± 5,9 horas. Catorze pacientes evoluíram a óbito na unidade de terapia intensiva, representando uma mortalidade de 54%, e três pacientes tiveram o mesmo desfecho durante a internação, determinando uma mortalidade intra-hospitalar de 66%. Houve redução estatisticamente significativa dos valores de hemoglobina (p <0,001), leucócitos (p=0,001), plaquetas (p<0,001), lactato (p<0,001) e potássio (p=0,009), e aumento de proteína C reativa (p=0,001) e RNI (p=0,004) após aplicação de hipotermia. CONCLUSÕES: A elaboração de protocolo operacional padrão de hipotermia terapêutica para o tratamento de pacientes com parada cardiorrespiratória, utilizando-se das rotinas adaptadas de estudos randomizados, resultou em elevada aderência e seus resultados assemelham-se aos dados publicados na literatura.
OBJECTIVE: To determine the characteristics of patients undergoing standard institutional protocol for management of resuscitated patients after a cardiac arrest episode, including therapeutic hypothermia. METHODS: This was a retrospective analysis of 26 consecutive patients admitted following cardiac arrest, between January 2007 and November 2008. RESULTS: All cases underwent therapeutic hypothermia. Average age was 63 years, and the patients were predominantly male. Cardiac arrest event was out-of-hospital in 8 cases, in the emergency room in 3 cases, in the wards in 13 cases and in the operation room in 2 cases. The cardiac arrest rhythm was ventricular fibrillation in seven patients, asystolia in 11, pulseless electrical activity in 5 cases, and was undetermined in 3 patients. The interval between the cardiac arrest and return of spontaneous circulation was 12 minutes (SD ± 5 min). The time to reach the target temperature was 5 ± 4 hours, the hypothermia time was 22 ± 6 hours and time to rewarming 9 ± 5.9 hours. Fourteen patients died in the intensive care unit, a 54% mortality, and three patients died during the in-hospital stay, a 66% in-hospital mortality. There was statistically significant reduction in hemoglobin (p<0.001), leukocytes (p=0.001), platelets (p<0.001), lactate (p<0.001) and potassium (p=0.009), values and increased C reactive protein (p=0.001) and INR (p=0.004) after hypothermia. CONCLUSIONS: The creation of a standard operative protocol for therapeutic hypothermia in post cardiac arrest patients management resulted in a high use of therapeutic hypothermia. The clinical results of this protocol adapted from randomized studies are similar to the literature.