Utilizando dados de um estudo de coorte de nascimento, foi avaliada a associação a longo prazo entre amamentação e fatores de risco cardiovascular metabólicos aos 30 anos de idade. Em 1982, foram examinados 5.914 bebês nascidos vivos em maternidades de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, e suas mães foram entrevistadas. Desde então, esses indivíduos têm sido continuamente acompanhados. Aos 30 anos de idade, os membros da coorte foram entrevistados e foram obtidas informações sobre pressão arterial, espessura da íntima-média da carótida, velocidade da onda de pulso, glicemia aleatória e lipídios sanguíneos. Foi utilizada regressão linear simples e múltipla. Nas análises bruta e ajustada, a duração da amamentação não apresentou nenhuma associação clara com a pressão arterial média, a espessura da íntima-média da carótida e a velocidade da onda de pulso. Da mesma forma, o colesterol total, o colesterol não-HDL e a glicemia não apresentaram relação com a alimentação infantil. Em relação ao colesterol HDL, houve uma associação positiva com a duração da amamentação predominante na análise bruta, mas a associação não persistiu após o controle das variáveis de confusão. Em suma, os nossos achados sugerem que não há associação entre a duração da amamentação e os fatores de risco cardiometabólicos na idade adulta. Apesar disso, a promoção e o apoio à amamentação devem ser reforçados devido aos seus benefícios bem conhecidos, como a redução da mortalidade infantil e o desenvolvimento do capital humano.
Utilizando datos de un estudio de cohorte de nacimiento, se evaluó la asociación a largo plazo entre la lactancia materna y los factores de riesgo cardiovascular metabólicos a los 30 años de edad. En 1982, se examinaron 5.914 bebés nacidos vivos en hospitales de maternidad en Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, y se entrevistó a sus madres. Desde entonces, estos individuos pasaron por un seguimiento continuo. A los 30 años de edad, se entrevistó a los miembros de la cohorte y se obtuvo información sobre la presión arterial, el grosor íntima-media carotídeo, la velocidad de la onda del pulso, la glucosa en sangre aleatoria y los lípidos en sangre. Se utilizó regresión lineal simple y múltiple. En los análisis bruto y ajustado, la duración de la lactancia materna no mostró una asociación clara con la presión arterial media, el grosor íntima-media carotídeo y la velocidad de la onda del pulso. Del mismo modo, el colesterol total, el colesterol no HDL y la glucosa en sangre no estaban relacionados con la nutrición infantil. Con respecto al colesterol HDL, hubo una asociación positiva con la duración de la lactancia materna predominante en el análisis bruto, pero la asociación no persistió tras controladas las variables de confusión. Los hallazgos indican que no existe una asociación entre la duración de la lactancia materna y los factores de riesgo cardiometabólico en la edad adulta. A pesar de esto, la promoción y el apoyo a la lactancia materna deben fortalecerse debido a sus beneficios ya conocidos, como la reducción de la mortalidad infantil y el desarrollo del capital humano.
Using data from a birth cohort study, we evaluated the long-term association between breastfeeding and metabolic cardiovascular risk factors at 30 years old. In 1982, the 5,914 live births in maternity hospitals in Pelotas, Rio Grande do Sul State, Brazil, were examined and the mothers were interviewed. Since then, these participants have been prospectively followed. The cohort members were interviewed at 30 years old and information on blood pressure, carotid intima-media thickness, pulse wave velocity, random blood glucose, and blood lipids were obtained. Simple and multiple linear regressions were used. In the crude and adjusted analyses, duration of breastfeeding did not show any clear association with mean arterial pressure, carotid intima-media thickness, and pulse wave velocity. Likewise, total and non-HDL cholesterol and blood glucose were not related to infant feeding. Regarding HDL cholesterol, it was positively related to predominant breastfeeding duration in the crude analysis, but the association disappeared after controlling for confounding variables. Concisely, our findings suggest that there is no association between duration of breastfeeding and cardiometabolic risk factors in adulthood. Despite that, promotion and support of breastfeeding must be reinforced due to its well-known benefits, such as reduction of infant and child mortality and human capital development.